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Pedro Sánchez enfrenta teste catalão com sombra de Puigdemont

Os eleitores de uma das regiões mais ricas de Espanha escolhem este domingo o novo parlamento e os resultados podem ter ondas de choque importantes em Madrid, com a frágil coligação do primeiro-ministro Pedro Sánchez.

Albert Gea/Reuters
12 de Maio de 2024 às 10:16
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As eleições regionais têm sempre leituras nacionais em especial num país com fortes divisões políticas de intenções independentistas e mais ainda na Catalunha, a segunda região mais rica de Espanha, muito perto da comunidade da capital, Madrid. Mais de 5,7 milhões de eleitores são chamados às urnas neste domingo.

Todas as sondagens dão a vitória ao socialista Salvador Illa, mas sem maioria absoluta. Em todo o caso, pode acontecer que a soma dos partidos independentistas no parlamento regional não chegue para a maioria destas forças, o que seria a primeira vez desde 1980. E é este resultado que mais impacto poderá ter no governo nacional de Pedro Sánchez. Os independentistas poderiam retirar o apoio ao primeiro-ministro e acelerar a queda da coligação das esquerdas.

Uma vitória de Illa do Partido Socialista da Catalunha (PSC) é vista como sendo também de Sánchez e em caso de derrota a leitura será a mesma.

Em caso de um bom resultado do Junts de Carles Puigdemont, que se exilou na Bélgica depois do referendo de 2017 que foi considerado ilegal, levaria Puigdemont de novo à liderança em Barcelona, caso consiga um acordo com os pró independentistas do ERC. Mais uma vez poderia colocar em causa a estratégia de Sánchez de tentar acalmar as tensões independentistas através de concessões, incluindo a amnistia a Puigdemont.

As últimas sondagens indicam que os socialistas do PSC vão ganhar o escrutínio, mas sem conseguir os 68 lugares necessários para uma maioria absoluta. Salvador Illa poderá tentar junto dos independentistas da ERC um apoio parlamentar, mas o atual líder catalão e recandidato Pere Aragones quer um referendo à independência, elegendo esta condição como essencial para o apoio. Os socialistas já disseram que é uma "linha vermelha" intransponível.

Rivalidades internas

Mas a fragmentação no parlamento catalão vai para lá das rivalidades entre a unidade de Espanha e as pretensões independentistas. Estas eleições também são vistas como um importante momento de definição sobre quem lidera a toda a vasta ala independentista na Catalunha.

Nos últimos anos, a ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) tem sido um importante aliado de Sánchez quando Puigdemont recusou negociar com Madrid sem antes ter uma amnistia. No entanto, as sondagens dão mais lugares ao Junts. Se ambos quiserem manter a maioria do lado dos pró independentistas Puidgemont e Aragones teriam de negociar, afastando as rivalidades pessoais.

Mas o parlamento regional pode ter de lidar também com novas forças políticas. Tudo indica que o novo partido de extrema-direita, também pró independência, Aliança Catalana, poderá chegar a quatro lugares. É mais uma peça com potencial para baralhar as contas já complicadas de possíveis alianças entre defensores da independência da região. E os liberais do Ciudadanos estão em risco de não elegerem deputados.

Os resultados começam a ser conhecidos pouco depois das 19:00, hora de Lisboa (20:00 em Barcelona). Começarão a desenhar-se os possíveis acordos e o impacto que se fará sentir na capital.

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