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Explosão de exportações e menos desempregados em Évora

Entre todos os concelhos já analisados pelo Negócios, Évora é aquele que, até agora, apresenta o maior crescimento das exportações entre 2012 e 2013, com um salto de 89%.

12 de Agosto de 2015 às 00:01
Pedro Elias/Negócios
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Os últimos dois anos trouxeram boas notícias para Évora. Ou pelo menos é isso que dois indicadores mostram. As exportações estão a crescer a ritmo elevado, ao mesmo tempo que o desemprego segue uma tendência de desagravamento.

Entre 2012 e 2013, os dados recolhidos pela Informa DB mostram uma explosão de 89% das exportações do concelho. Esse número, que tem como fonte dados administrativos das empresas, é justificado pelo facto de a Embraer – quinta maior empresa de Évora e terceira maior exportadora – ter começado a vender para o estrangeiro no Verão de 2012. Além disso, outras duas empresas do top 10 das exportadoras (Medivip e Gado Vaquero) só nasceram há dois anos, devendo ter contribuído para esse aumento.

Os dados são parcialmente confirmados pelo INE, que aponta para um crescimento de 1,1% das exportações em 2013 e uma aceleração de 16,8% em 2014. Évora viu as vendas ao exterior crescer quase sem alteração nas importações, dando origem a um excedente de 150 milhões.

As principais exportações do concelho são, de longe, as máquinas, aparelhos e material eléctrico. Mais de cinco vezes superior à categoria de bens (material de transporte) que surge em segundo lugar. Do lado das importações, aquele é também o principal grupo, mas com o material de transporte não muito longe.

No emprego, o número de inscritos nos centros de emprego também trazem boas notícias. Em Junho de 2014, Évora tinha 3.305 pessoas registadas no IEFP. No mesmo mês de 2015 são 2.751. Uma redução de 17% depois de, nos 12 meses anteriores, já ter caído 25%.

Uma recuperação mais significativa do emprego pode ser difícil, uma vez que Évora tem uma população muito mais envelhecida do que a média nacional. Outra característica demográfica do município é uma densidade populacional inferior, com 42 pessoas por km2 (a média nacional é 113).

Forças
Localização A proximidade aos principais portos do país e à capital são benéficos para captar empresas.

Mão-de-obra Há pessoas disponíveis para trabalhar e realizar formação em novas áreas de actividade.

Património A oferta cultural e o património de Évora são vistos como um atractivo para a conquista de quadros.

Fraquezas
Reduzida fixação de turistas A proximidade a Lisboa leva muitos turistas a não pernoitar em Évora.

Falta de associação Apesar dos esforços, os agentes locais ainda criticam a falta de união dos eborenses.

Reconhecimento internacional Mesmo com as multinacionais, Évora ainda não é vista como um pólo industrial.

Ameaças
Dependência de multinacionais Tyco, Kemet e Embraer representam uma grande fatia de mão-de-obra. Eventuais deslocalizações da produção põem em causa o futuro da cidade.

Falta de plano de desenvolvimento Évora critica a falta de planeamento à escala nacional e a ausência de um foco na região alentejana.

Oportunidades
Criação de "cluster" aeronáutico Depois da entrada Embraer, a intenção é tornar Évora num local privilegiado desta actividade, criando sinergias.

Espaço disponível Há terrenos para a instalação de grandes empresas, inclusive junto à zona industrial.

Fundos comunitários Os apoios europeus prevêem majorações para áreas de baixa densidade populacional.
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