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A start-up que quer colocar o Alentejo no mapa digital

A AlentApp é uma start-up que desenvolve “sites” e aplicações móveis. Conseguiu crescer mais do que esperava nos primeiros meses de negócio. Vai abrir um escritório em Londres.

12 de Agosto de 2015 às 09:55
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A ambição da AlentApp era conseguir três negócios num ano, ao final de três meses já tinha trinta projectos. Esta start-up que desenvolve "sites" e aplicações móveis, apenas com um ano de existência já tem clientes como a Caixa Agrícola e a vinha de Henrique Granadeiro, no Alentejo. Negócios que foram possíveis através da rede de contactos do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo (PCTA).

João Leitão é o fundador da AlentApp. Este jovem empreendedor é apaixonado por Évora, cidade onde nasceu e viveu quase toda a sua vida. Só o basquetebol o conseguiu levar para fora da cidade, para para treinar em centros para atletas de alta competição, mas a programação fê-lo regressar. Quando terminou o curso, na Universidade de Évora sabia que teria que criar o seu negócio, "mais cedo ou mais tarde, porque o Alentejo não tinha grandes oportunidades na área de desenvolvimento de software".

A presença
do PCTA foi
o que potenciou
o crescimento
da AlentApp.
João leitão
Presidente executivo
da AlentApp
Enquanto dava aulas na Universidade, desenvolveu a sua ideia de negócio, para criar a AlentApp, uma empresa que ligasse as suas duas paixões: o Alentejo e "apps". Foi o contacto com o PCTA que permitiu avançar e fundar a empresa, diz. "A presença do PCTA, enquanto estrutura que nos dá um nome, uma rede, conhecimento e empresas com quem podemos comunicar – e a prova disso é que já lançámos muitos trabalhos para dentro de empresas do parque - foi o que potenciou o crescimento", diz João Leitão.

O jovem empreendedor não pensava que iria ter projectos de grande dimensão no primeiro ano, nem que conseguiria duplicar no primeiro mês de 2015 os 13 mil euros que facturou no ano anterior, quando fundou a empresa. Refere com orgulho o desenvolvimento de uma aplicação que permite controlar remotamente o sistema de abastecimento de água das vinhas da herdade Monte dos Perdigões, de Henrique Granadeiro. Uma "app" desenvolvida em conjunto com outra empresa do PCTA e que mais tarde adaptaram para a Caixa Agrícola.

Mais de metade dos clientes são do Alentejo e 85% são nacionais, mas a AlentApp está a apostar na internacionalização. Com clientes em Espanha, Reino Unido e Angola, vão agora abrir um escritório em Londres. Um cliente desafiou-os a replicar o modelo da AlentApp ali, transferindo um dos cinco funcionários da start-up.

 "Tínhamos também um plano semelhante para Angola, mas demos um passo atrás dado o receio da situação económica", diz João Leitão. Apesar desta aposta internacional, "a nossa preocupação continua a ser o Alentejo e ajudar a desenvolver a região", assegura o presidente executivo da AlentApp.

Tome nota: Conheça três aplicações da Alentapp 
A AlentApp desenvolve aplicações móveis e "sites" em diversas áreas. O turismo e a agricultura são as principais. Têm também um modelo gratuito para instituições de solidariedade. 

Guia turístico gratuito para évora

Eborae Guia Turístico é um dos projectos iniciais da AlentApp. Criaram um guia turístico para Évora, mais tarde incentivado pela Câmara Municipal, onde todos os restaurantes, hotéis, estabelecimentos comerciais podem estar presentes gratuitamente. Destacam a possibilidade de consultar a farmácia de serviço, e através dos serviços de localização do telemóvel obter direcções para o estabelecimento sem sair da aplicação. O próximo passo é fazer "Évora em 3D", diz João Leitão.

Agricultura HI-tech Em Parceria

A AlentApp desenvolve aplicações que permitem automatizar processos agrícolas, por exemplo, accionar remotamente o sistema de rega ou gerir sistema de alimentação na pecuária. A Caixa Agrícola e a adega Monte dos Perdigões, propriedade de Henrique Granadeiro, são dois dos clientes da AlentApp neste âmbito. O contacto foi possível através do PCTA e a aplicação foi desenvolvida com a Open Renewables, outra start-up do parque.

Modelo de APPS solidárias

A AlentApp ofereceu em 2014 uma aplicação gratuita para informar e sensibilizar para a doença Esclerose Lateral Amiotrófica à Associação Portuguesa. Como os donativos não iam para a associação portuguesa e tínhamos uma ferramenta disponível para ajudar, resolvemos criar a aplicação, conta João Leitão. Resolveram depois oferecer a utilização daquele modelo a todas as instituições de solidariedade social interessadas. A Caritas e a Associação Nacional de Desempregados Portugueses são dois exemplos de instituições que têm a aplicação.

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