Outros sites Medialivre
Notícia

Presidente da Câmara de Évora: Quais os sectores mais atractivos para investir?

Carlos Pinto de Sá acredita que a “salvação” da economia alentejana não está num único sector. Ao longo da conversa com o Negócios, elencou potenciais caminhos para a aposta em Évora. Essa “diversificação” é um dos seus maiores desejos para a cidade que agora lidera.

Pedro Elias
  • Partilhar artigo
  • ...

Agricultura foi ignorada

"Num território com 130 mil hectares, não temos que olhar para o sector primário? É fundamental". Carlos Pinto de Sá destaca a importância de voltar a investir neste sector, que foi "completamente ignorado" pelo poder político ao longo das últimas décadas. Cortiça, carne, azeite e vinhos são produtos que sugere. Ainda assim, o autarca reconhece que "os investimentos agrícolas não vão causar um aumento significativo de emprego, até porque a agricultura está cada vez mais mecanizada".

"Cluster" da aeronáutica precisa de mais

"Tem-se falado muito do ‘cluster’ [aglomerado] aeronáutico, mas não temos cá ‘cluster’ nenhum. Temos a Embraer. Para criar um ‘cluster’ temos que ter mais empresas e outro tipo de dinâmica", posiciona o autarca. Pinto de Sá elogia a Embraer como uma empresa que "quer criar raízes" em Évora, mas diz que é necessário capacitar empresas portuguesas para se tornarem fornecedores da multinacional. As negociações já decorrem.

Incubar tecnologia para crescer

Uma das vontades é reforçar a presença do sector das tecnologias da informação na cidade. Um dos passos é a parceria com a Universidade de Évora, através do Parque da Ciência e Tecnologia. "Temos já um importante centro de dados em Évora. Estamos a trabalhar para atrair outros, porque temos condições", exemplifica ainda o autarca. Também a presença de incubadoras de empresas na cidade é vista com bons olhos. A própria autarquia promove um dos quatro projectos a este nível, de base tecnológica. "Há-de haver procura para ocupar todas estas incubadoras, desde que cada uma saiba trabalhar na sua área específica", acredita.

Compatibilizar turismo com vida

Évora é património da humanidade mas, nos últimos anos, "perdeu a visibilidade e prestígio internacional que gozava". A autarquia quer voltar a desenvolver esta vertente, aproveitando as dinâmicas recentes do turismo internacional. "Não pode ser só vir ao hotel, visitar o templo romano, a catedral, e ir embora", define Carlos Pinto de Sá. A intenção é articular o programa dos turistas com a restante região, criando sinergias e aumentando a duração da estada. Neste momento, o turista só passa um dia e meio em Évora, em média. "Queremos não um turismo qualquer, mas um que se saiba compatibilizar com a nossa vida", diz. Em 2015, a cidade espera um crescimento no turismo na casa dos 20%.

Ambiente utilizado economicamente

O ambiente é o último dos pilares que Carlos Pinto de Sá elenca como atractivo para Évora. "Temos uma região que é uma das melhores preservadas em termos europeus. O ambiente tem potencialidades enormes para ser utilizado do ponto de vista económico", diz. "Temos terreno com fartura, espaço com fartura, qualidade de vida", acrescenta. Todavia, o autarca posiciona que a economia deve estar ao serviço do ambiente e não o contrário. Para além da paisagem e da riqueza patrimonial, a localização é um dos elementos a considerar, uma vez que a cidade está a uma hora de Lisboa, Sines ou Badajoz. "Mas não basta sermos nós a acenar com isto. Ou há uma política nacional ou, obviamente, a tendência será realizar investimentos no litoral", adverte.

Mais notícias