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Braga mostra como vender mais do que se compra ao estrangeiro

O município é um pólo importante de exportações, com um excedente face ao exterior. Veja também as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades deste concelho, o primeiro retratado no âmbito do Negócios é Portugal.

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Portugal ainda precisa de comprar mais ao estrangeiro do que aquilo que lhe consegue vender. Mas não é assim em todo o País, nem é assim em  Braga. O município da sub-região do Cávado é excedentário face ao exterior, tendo registado um saldo positivo de 228 milhões de euros.


Os dados são relativos a 2013, ano em que as exportações no município avançaram 16,9% face ao ano anterior, um ritmo mais de três vezes superior  ao que se observou em Portugal inteiro.  No total, e contando apenas a saída de bens – e não serviços – , Braga exportou 777 milhões de euros, tendo importado no mesmo período 520 milhões.


Os dados da Informa D&B mostram que é mais provável encontrar uma empresa exportadora em Braga do que na média do País. Enquanto em Portugal 19,2% das empresas exportam, se considerarmos apenas Braga essa percentagem dispara para 25,1%.

 

A principal categoria responsável pelo volume exportador do município são as "máquinas, aparelhos e material eléctrico", representando 55% do total vendido ao exterior. Se olharmos para empresas, o destaque vai para a Bosch que, sozinha, exporta mais de 100 milhões de euros. No entanto, isso não significa que seja aquela que mais contribui para o excedente bracarense. Pelo contrário. Embora exporte muito, a Bosch importa ainda mais: 171 milhões de euros, para ser mais preciso.


Entre as maiores empresas exportadoras, a Casais é, de longe, a que mais ajuda Braga no seu excedente. A empresa de construção exporta 50 milhões de euros e importa apenas 11 milhões.


Braga destaca-se ainda em relação a outros municípios pela sua relativa juventude. Apenas 13% da população tem mais de 64 anos (19% na totalidade do País). Os níveis de escolaridade estão também muito acima da média. Braga tem um pólo universitário relevante. Além disso, a taxa de escolarização no ensino superior é também mais elevada em Braga.

 

 
Forças
Dinamismo empresarial Braga tem um tecido produtivo poderoso e fervilha de novas ideias. Até ganhou o cognome de Silicon Valley português.
 
Motor universitário A Universidade do Minho é o grande motor do empreendedorismo bracarense e
um exemplo na ligação às empresas. 
 
Cultura A mais antiga cidade portuguesa dá lustro ao passado e gás a uma "movida" moderna e vibrante. 
 
Fraquezas
Endividamento da autarquia O novo líder da CM Braga encontrou um passivo de 252 milhões de euros, um peso que lhe retira capacidade de gestão para promover políticas de desenvolvimento do concelho.  
 
Crise na Construção O "cluster" braca-rense da construção sofreu um rude golpe com a crise económica. A FDO faliu, a Britalar está na corda bamba.
 
Ameaças
Interesses multinacionais Braga constitui um pólo fortíssimo de multinacionais, pelo que a deslocalização é um cenário sempre plausível.         
 
Portocentrismo Braga queixa-se do centralismo da capital e de um certo Portocentrismo. Na luta por projectos e objectivos, Braga acaba, quantas vezes, por ver a sua ambição ofuscada pela capacidade de atracção do Porto.
 
Oportunidades
Juventude Braga é a capital de distrito mais jovem do País. Só na cidade, são jovens cerca de 85 mil dos mais de 180 mil habitantes da cidade. É a oportunidade maior para um melhor desenvolvimento.
 
Tecnologia A capital minhota é um pólo tecnológico, mas há ainda muito campo a desbravar: a dimensão actual do Laboratório de Nanotecnologia
é de um terço do projecto inicial.
 
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