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Ricardo Rio: "50% dos auto-rádios vendidos na Europa saíram de Braga"

Braga acolhe empresas tecnológicas, de construção ou de componentes electrónicos, como a Bosch ou a Delphi. Juntas, garante Ricardo Rio, estas duas empresas produzem 50% dos auto-rádios vendidos na Europa.

25 de Novembro de 2014 às 09:00
Paulo Duarte
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Mão-de-obra qualificada, serviços públicos de excelência e bons acessos rodoviários ao porto de Leixões e ao aeroporto são alguns dos factores que fazem de Braga uma cidade tão apetecível para as empresas, resume Ricardo Rio. A Câmara de Braga criou uma agência de desenvolvimento económico, InvestBraga, e espera colher em breve os frutos dessa aposta.

 

O que é que leva as empresas a escolher a cidade que lidera?
Além de um geo-posicionamento muito interessante, porque é uma cidade muito próxima do aeroporto, do porto de Leixões, muito bem servida por auto-estradas a todo o Norte e à Galiza – e que está a uma hora de Vigo e de Vila Real, o principal atractivo de Braga prende-se com a massa crítica qualificada. São recursos humanos que advêm prioritariamente das universidades presentes no concelho: a Universidade Católica e, de forma muito especial, a Universidade do Minho (UM), em sectores que são muito exigentes do ponto de vista dessa mão-de-obra.

 

Isso é um factor de atractividade para as empresas?
Foi-o no passado e é cada vez mais um dos argumentos que temos vindo a apresentar para potenciais investidores. Uma outra

A Startup Braga é uma das
30 parcerias a nível mundial da Microsoft Ventures. 
Ricardo Rio
Presidente da câmara municipal de braga

componente que temos vindo a trabalhar com potencial de captação de novos investimentos é a presença do Instituto Ibérico de Nanotecnologia, que é também uma grande mais-valia do ponto de vista da investigação e do desenvolvimento de projectos empresariais para o futuro.


A InvestBraga resulta da transformação do Parque de Exposições de Braga. Em que consiste?
Era uma empresa que geria exclusivamente um equipamento, que transformámos numa agência de dinamização económica com três eixos fundamentais de actuação. Um primeiro ligado à gestão desse equipamento. Um segundo, de apoio ao empreendedorismo, que tem como projecto  mais emblemático a Startup Braga, que é uma parceria que desenvolvemos com a Microsoft Ventures – é uma das 30 parcerias a nível mundial da Microsoft Ventures, e onde são desenvolvidas actividades de incubação de empresas, de aceleração de empresas ou de projectos de "mentoring". Estão a ser apoiados cerca de 40 projectos neste momento, incluindo as empresas  que estão a ser incubadas no GNRation, no edifício onde está sediada a Startup Braga. O terceiro eixo é a captação e apoio ao investimento, em que a InvestBraga apoia os potenciais investidores – e temos tido contactos quase semanais de empresas de vários sectores de actividade que se querem instalar em Braga.

 

As exportações são muito alavancadas por material eléctrico. É reflexo da presença da Bosch?
Os sectores dominantes do ponto de vista das exportações são a electrónica, em concreto a Bosch e a Delphi (antiga Grundig), que reúnem um dado que escapa ao conhecimento de muita gente – e que recentemente abordaram numa visita que tive oportunidade de fazer com o secretário de Estado [da Economia] Leonardo Mathias: neste momento, 50% dos auto-rádios vendidos na Europa são produzidos na cidade de Braga, o que é um marco verdadeiramente emblemático e que atesta precisamente a capacidade de ambas as empresas se renovarem e inovarem, manterem a sua posição e fazê-la crescer. Temos ainda um leque alargado de empresas nos serviços, como a Primavera, WeDo, Eticadata, e muitas empresas de metalomecânica que estão na  vanguarda internacional e produzem para as grandes marcas do sector automóvel e da aviação, como a Alumínios Navarra. No sector da construção e engenharia, a DST, ABB e Casais já têm uma presença internacional extremamente forte.

 

Em que é que a Câmara pode ajudar o investimento?
Temos uma referência de espaços e loteamentos industriais, tudo o que são espaços possíveis para concretização de novos projectos, e temos uma base de interlocutores, muitos deles privados e proprietários desses espaços, cuja informação facultamos a todos aqueles que querem investir. Também criámos recentemente um Balcão do Investidor que serve para criar uma "via verde" para todos os processos e licenciamentos em questões de natureza empresarial, que seguem uma tramitação bastante mais célere por parte da Câmara Municipal.

 

A nível da fiscalidade e taxas, o que é que a Câmara oferece?
Estamos a elaborar dois documentos que vão servir para nortear esse tipo de apoios. Um primeiro é o plano estratégico para o desenvolvimento estratégico de Braga, que foi desenvolvido e validado pelo Conselho Estratégico da InvestBraga, onde têm assento a UM, Associação Comercial de Braga e AIMinho. Estamos também a elaborar um regulamento de apoios e benefícios que vai definir, do ponto de vista da fiscalidade e das taxas municipais, um conjunto de benefícios que queremos aplicar a partir de meados do próximo ano para os investimentos que se venham a concretizar.

 

A diversidade do tecido económico e o potencial de captação de investimentos que temos em carteira vai ajudar--nos a crescer nos rankings. 
Ricardo Rio
Presidente da câmara municipal de braga

 

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