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Conselhos para investir em Moçambique

A língua comum está longe de ser um factor decisivo para fechar negócio. Moçambique é o exemplo perfeito. A economia é informal, mas o tratamento não o deverá ser. Preste atenção aos sinais.

25 de Novembro de 2014 às 00:01
Reuters
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Deixe as extravagâncias no balcão de "check-in" do aeroporto. Verá o esforço recompensado em Moçambique, onde é apreciada, ao máximo, a formalidade no trato pessoal. Cultive o "low profile", acrescentando paciência e persistência. Será meio caminho para facilitar o negócio.
 
Está num país estrangeiro, mas isso não significa fazer juízos sobre a sua cultura. Guarde para si o que ultrapassa as questões profissionais. Comentários sobre a política local de Moçambique, por exemplo, não serão bem recebidos. Evite os demais temas fracturantes. Não há nada pior para o negócio do que arrancar com "fendas" na estrutura.

 

Moçambique é Moçambique. Não ceda à tentação de compará-lo com outros países africanos com ligações históricas a Portugal (sobretudo com Angola). Apesar das proximidades culturais, evite paternalismos: não está no país para ajudar, mas para fazer negócios. Caso contrário, há um conjunto de empresas concorrentes de outros países desejosas por tomar o seu lugar.

 

Se na forma de tratamento reina a formalidade, nas ideias também. Evite soluções muito criativas e "atalhos". Tenha em mente que este não é um mercado de retorno imediato. Em média, os primeiros quatro anos deverão ser dedicados ao investimento. Só depois comece a pensar em colher os frutos.

 

A língua é a mesma, o que facilita. Esteja atento ao que é dito e ao modo como é dito. Nem sempre os "sins" representam uma posição favorável. Modere as expectativas e as manifestações de confiança. Muitas vezes a reacção do seu interlocutor poderá levá-lo a acreditar no sucesso após os diálogos estabelecidos. Depois desse primeiro momento, o silêncio poderá ser a resposta oficial. Não se esqueça de analisar a linguagem gestual. Há olhares e abanares de cabeça decisivos.

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