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O tecido francês é cada vez mais luso

Nem só de Paris vive França. Costure bem a sua estratégia antes de tomar decisões. Tire as medidas aos elevados custos de investimento. Depois, sim, avance. Terá uma montra disponível para o mundo.

Bloomberg
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França não é só Paris. Se quiser levar o seu negócio ao país das artes, tente entrar por outra cidade, firmando parcerias locais. Será este conhecimento que lhe permitirá afinar as ligações ao mercado gaulês, na perspectiva da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal).

 

A montra poderá ser mundial: aí realizam-se as principais feiras internacionais de diversos sectores. Os têxteis e o calçado são apenas exemplos.


Para contrariar os elevados encargos fiscais praticados em França, explore os benefícios e incentivos públicos previstos para a criação e fixação de empresas.


As exportações de bens e serviços portugueses para França continuam a crescer e representaram 8,4 mil milhões em 2013. Este ano, o país já subiu ao segundo lugar, batendo a Alemanha.


Se a moda é um dos sectores a explorar, outros têm contribuído para o sucesso desta relação.

 

Os veículos e materiais de transporte, as máquinas, plásticos e borrachas surgem em destaque.


É um mercado com estruturas empresariais experientes na resolução de problemas, marcadas pela precisão e a rapidez. Mas é preciso estar atento: os concursos públicos tendem a ser ganhos por empresas francesas.

 

A concorrência do Leste europeu e asiática também têm vindo a acentuar-se.


Apesar da previsão de abrandamento no crescimento da economia francesa, o consumo privado vai continuar a crescer.

 

Os franceses tendem a ser proteccionistas a este nível. Por isso, aposte só na marca própria depois de ter a sua posição bastante consolidada no país.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
António Silva, director da AICEP em França: "Braga produz o que França procura"

 

A marca portuguesa é valorizada em França?
No que se refere às marcas portuguesas [de moda] são poucas as que são reconhecidas. Daí que haja um trabalho a continuar nesta área, que passa pela presença regular de alguns estilistas portugueses na Semana da Moda em Paris e pela presença ou implantação em pontos de venda.

 

A orientação têxtil deverá ser no mercado de luxo?
Deve ser mais generalista, mas sempre com uma boa relação preço/qualidade. Portugal é reconhecido não tanto pelos preços baixos mas como "fazendo qualidade". É por isso que várias marcas de luxo produzem os seus produtos em Portugal. Os quase mil milhões de euros que exportamos para França no domínio da moda não são só na área do luxo mas noutras áreas de qualidade média e média alta.

 

Que outros sectores poderão ser interessantes? 
A desindustrialização em curso em França abre novas oportunidades de negócio. No sector dos bens de consumo é já o primeiro mercado para as nossas exportações de calçado e de mobiliário e o segundo para o vestuário e os bens alimentares e bebidas. Outros sectores que têm despertado interesse das empresas francesas, na óptica do investimento em Portugal, são a aeronáutica, o turismo, a saúde e cuidados para seniores e os centros de serviços partilhados.

 

De que forma Braga poderá sair beneficiada com esta ligação? 
O desenvolvimento e reforço das relações entre Portugal e a França e o alargamento e diversificação das nossas exportações para este país beneficiam, naturalmente, a região de Braga, porque são muitas as empresas da região que produzem o que o mercado francês procura, e com uma relação preço/qualidade reconhecidamente competitiva.

 

 

 

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