"As reduzidas taxas de remuneração de aplicações alternativas de poupança têm continuado a justificar a procura" de produtos financeiros complexos (PFC), mas o travão à comercialização de produtos com níveis de risco mais elevados imposto pela CMVM levou a que o investimento tivesse encolhido no último ano.

"Os portugueses investiram menos em produtos financeiros complexos, continuou a ter relevância no mercado nacional, em termos dos montantes disponibilizados e dos efectivamente colocados", diz o relatório anual sobre a actividade da CMVM. Contudo, os montantes colocados caíram de 3.541,1 para 2.823,3 milhões em 2014. Encolheram em 20%.

Esta evolução traduz o travão imposto pela CMVM à comercialização de PFC com níveis de risco mais elevados. "Em 2014, por força do protocolo celebrado com a quase totalidade dos bancos a actuar em Portugal apenas 45 [produtos com alertas de cor vermelha e laranja] puderam ser comercializados junto daquele tipo de investidores", refere.

"Em termos de alerta gráfico, note-se uma redução dos PFC com alertas de cor vermelha (-10,6%) e de cor laranja (-33,3%)", refere a CMVM. "Assim, pode concluir-se que de 2013 para 2014 (primeiro ano de aplicação do Protocolo) o número de PFC com alerta vermelho e laranja oferecidos a investidores de retalho diminuiu 63%", remata.