O fundo soberano norueguês, o maior do mundo, perdeu mais de 5% dos seus investimentos no mês passado, de acordo com Yngve Slyngstad, CEO do Norges Bank Investment Management (NBIM) - instituição que pertence ao Banco Central da Noruega e que gere o Fundo de Pensões Soberano Global - em declarações ao jornal norueguês VG esta quarta-feira, citadas pela Bloomberg.

Esta revelação surge depois de as acções chinesas terem registado a maior onda de vendas em duas décadas. Slyngstad referiu que a transição da economia chinesa para uma economia mais voltada para o consumo está a mostrar-se difícil. Contudo, sustentou, "não podemos colocar tudo [como activos] seguros num banco – temos de investir em risco". "Investimos em obrigações, acções e em imobiliário, na economia mundial", acrescentou.

O líder do fundo soberano da Noruega tem tentado aumentar a sua exposição à China. Algo que se verificou no início deste ano. O fundo elevou, no início de 2015, de acordo com a Bloomberg, a sua quota de investimento em acções chinesas A de 1,5 mil milhões de dólares para 2,5 mil milhões de dólares. E, no final do ano passado, este fundo tinha investido na China e em Hong Kong cerca de 27 mil milhões de dólares.

"A China teve recentemente um grande período de crescimento e, por conseguinte, tem dado um grande contributo para o crescimento do fundo petrolífero durante os últimos 20 anos", afirmou Yngve Slyngstad. Ainda assim, o líder do fundo soberano deste país nórdico reconheceu que a China "tem de fazer alterações no seu modelo económico no sentido de ter uma economia mais voltada para o consumo", algo que estará a ser um grande desafio para Pequim. "Os líderes chineses sabem que essa mudança tem de acontecer", acrescentou.

Yngve Slyngstad assinalou ainda que, nesta altura, é difícil ter acesso ao quadro completo sobre o que se passa com a segunda maior economia do mundo. "Recebemos muita informação ao nível micro mas é difícil ter acesso ao quadro completo do que está a acontecer", disse.

Estes dados relativos ao desempenho no mês passado do fundo soberano da Noruega surgem depois de no passado dia 19 de Agosto ter sido revelado que este fundo registou um desempenho negativo no segundo trimestre. A aposta em dívida e as acções norte-americanas pesaram nos resultados. Já a carteira de imobiliário valorizou.