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Medidas do BCE desiludem mercado. Euro e juros disparam e bolsas europeias caem  

A moeda única sobe quase 2%, os juros da dívida pública europeia avançam mais de 10 pontos base e as bolsas europeias caem mais de 1%. Os investidores ficaram desiludidos com as medidas do BCE.

Bloomberg
03 de Dezembro de 2015 às 13:33
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Está a ser expressiva a reacção dos mercados à reunião do Banco Central Europeu (BCE), com os juros da dívida pública e o euro em forte alta, enquanto as bolsas perdem terreno.

 

O euro tem vindo a perder valor em antecipação às novas medidas de estímulo por parte do BCE, mas esta quinta-feira está a negociar em forte alta, depois de ter sido revelado um corte na taxa de depósitos do BCE que ficou aquém das expectativas do mercado.

 

Durante a manhã a moeda única europeia chegou a cair 0,86% para 1,0524 dólares, um mínimo desde Abril e a maior perda em praticamente duas semanas, antes da decisão do BCE. Assim que foi conhecido o corte da taxa de depósitos em 10 pontos base, passando de -0,2% para -0,3%, a divisa voltou aos ganhos, e de forma bem acentuada.

 
Enquanto Mario Draghi ainda falava na conferência de imprensa posterior à reunião da autoridade monetária, já o euro subia 1,85% para 1,0811 dólares. Perante os indicadores que têm vindo a ser revelados e também as palavras de Mario Draghi, havia a expectativa de um corte mais expressivo na taxa de depósitos.


Tanto o ABN Amro como o Commerzbank, e mesmo o DZ Bank previam que o BCE avançasse com um corte de 20 pontos base na taxa dos depósitos, ou seja, passaria a taxa de -0,2% para -0,4%. Uma redução desta dimensão daria um sinal mais forte da intenção do BCE em forçar os bancos a retirarem a liquidez da instituição e a concederem crédito, o que puxaria pela economia.

 

Bolsas caem, juros sobem

 

A autoridade monetária europeia decidiu manter inalterada a taxa de juro directora no mínimo histórico de 0,050% e já na conferência de imprensa Mario Draghi anunciou o prolongamento do programa de compra de 60 mil milhões de euros mensais implementado desde Março deste ano até, pelo menos, Março de 2017.

 

Uma notícia que não contribuiu para atenuar a subida do euro e até acentuou a tendência negativa dos mercados accionistas. As bolsas europeias seguem todas com quedas superiores a 1%, estando o Stoxx 600 a cair 2,45% para 374,75 pontos.

 

Em Lisboa o PSI-20 cede 1,03%, com o sector bancário a ser o mais penalizado. O BCP perde 3,91% para 0,0491 euros e o Banco BPI desvaloriza 3,89% para 1,113 euros.

 

No mercado da dívida soberana a desilusão com as medidas do BCE também se faz sentir de forma pronunciada. Os juros da dívida alemã a 10 anos avançam 11 pontos base para 0,58%. Já a "yield" dos títulos portugueses com a mesma maturidade sobe 15 pontos base para 2,42%.

 

"O mercado está a ser conduzido pela desilusão com as medidas anunciadas. [O BCE] não anunciou um reforço dos montantes de activos a comprar e efectuou uma descida conservadora na taxa de depósitos", disse Lyn Graham-Taylor, do Rabobank.

 

Depois de Draghi ter dito, em Outubro, que o BCE poderá adoptar novas medidas de estímulo económico já no início do próximo ano, os dados divulgados na passada quarta-feira, que mostram que a taxa de inflação na Zona Euro permanece próxima de zero e, portanto, bem longe da meta de 2%, reforçaram a expectativa dos analistas de que o banco central venha mesmo a reforçar a política de "quantitative easing" adoptada em Março deste ano.

 

Além do corte da taxa dos depósitos ter ficado abaixo do esperado, também saiu gorada as expectativas de vários economistas de que o BCE poderia reforçar o valor das compras de activos (actualmente em 60 mil milhões de euros por mês). Apenas o prazo foi prolongado por seis meses.

(notícia actualizada às 14:30 com mais informação. Título actualizado)

 

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