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Draghi: Não há “limites” para implementar as medidas do BCE
O presidente do Banco Central Europeu considera que “não podem existir limites para o quão longe estamos dispostos a ir para implementar os nossos instrumentos, dentro do nosso mandato, e alcançar o nosso mandato”.
No primeiro discurso que faz depois de ter anunciado um corte na taxa de depósitos e a expansão e prolongamento do programa de compra de activos, Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), defende que "não podem existir limites" às medidas que o BCE pode implementar. "não podem existir limites para o quão longe estamos dispostos a ir para implementar os nossos instrumentos, dentro do nosso mandato, e alcançar o nosso mandato", afirmou num discurso em Nova Iorque, Estados Unidos da América, citado pela Bloomberg.
"Não há dúvidas que se tivéssemos que intensificar o uso dos nossos instrumentos para assegurar que alcançamos o nosso mandato de estabilidade dos preços, o faríamos", garantiu. O líder da autoridade monetária disse ainda no seu discurso que podia afirmar "com confiança" que a instituição "pode garantir o regresso da inflação aos 2% sem atrasos injustificados". "Graças às nossas acções de política monetária, o risco de deflação na Zona Euro não está em cima da mesa", acrescentou.
Esta quinta-feira, 3 de Dezembro, o Banco Central Europeu decidiu cortar a taxa sobre os depósitos para -0,30%, uma medida já antecipada pelo mercado. Além disso, a autoridade monetária do euro comunicou também ao mercado um alargamento do programa de compra de activos.
O programa de compra de activos do BCE, anunciado em Janeiro e que arrancou dois meses depois, tem decorrido a um ritmo de 60 mil milhões de euros por mês e, até agora, estava previsto durar até Setembro de 2016. Mas o BCE decidiu prolongar o programa até Março de 2017. E Mario Draghi salientou que poderá continuar além desta data, caso seja necessário. Desta forma, o BCE continuará a injectar liquidez na economia por mais seis meses do que o previsto.
O BCE decidiu também aumentar os activos elegíveis para as compras. Desta feita, Mario Draghi anunciou que as obrigações de governos locais e regionais sediados na Zona Euro passaram a ser adquiridos pela instituição monetária. Esta decisão não é nova, já que o programa foi por uma vez alargado, passando a incluir dívida de empresa estatais não-financeiras.
Apesar de Mario Draghi ter apresentado medidas de estímulo à economia do euro, estas ficaram aquém das expectativas dos investidores. Por isso, as bolsas europeias encerraram ontem e hoje em queda, com os investidores ainda a digerirem os anúncios da autoridade monetária da área do euro.