O Banco Central Europeu anunciou um novo conjunto de estímulos à economia, após a reunião de política monetária de 3 de Dezembro. Medidas que ficaram aquém do previsto, levando os investidores a reagirem fortemente e a apontarem o dedo à instituição monetária. Contudo, Vítor Constâncio saiu agora em defesa do banco central do qual é vice-presidente.

"A culpa recai sobre os mercados", atirou Vítor Constâncio na sexta-feira, 4 de Dezembro, em entrevista à CNBC. Citado pela Bloomberg, o antigo governador do Banco de Portugal aponta que os estímulos aprovados pelo Conselho de Governadores foram "exactamente os propostos pelo Conselho Executivo" e, acrescentou, "o que fizemos é adequado".

Para o vice-presidente do BCE, os investidores interpretaram mal as indicações do banco central, salientando que o objectivo sempre foi recalibrar e não apresentar um novo programa de expansão monetária. Até porque, defendeu, "as condições financeiras estão melhores do que em Outubro, quando primeiro anunciámos a reavaliação".

"Há medidas no nosso pacote que irão actuar à medida que o tempo passa e que serão prolongadas além de 2016. Isso irá produzir um efeito na inflação", considera Vítor Constâncio. Ainda assim, salientou o responsável, "dependendo dos acontecimentos, temos ferramentas que poderão ser utilizadas e é importante que os mercados saibam-no". E concluiu com uma certeza: "temos medidas para ajustarmo-nos a alterações significativas no cenário geral".