A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, vai avançar com uma auditoria administrativa e financeira ao INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), revelou este domingo, 2 de junho, Marques Mendes, na sua habitual intervenção semanal na SIC. Segundo o comentador trata-se da primeira vez que o INEM será alvo de um escrutínio desta natureza.

O INEM é responsável por coordenar o funcionamento de um sistema integrado de emergência médica, de forma a garantir aos sinistrados ou vítimas de doença súbita a pronta e correta prestação de cuidados de saúde e é atualmente liderado por Luís Meira, o qual foi reconduzido no cargo em agosto de 2023 pelo então ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

Luís Meira assumiu pela primeira vez o cargo de presidente do conselho diretivo do INEM em 2015. Licenciado em Medicina e especialista em Anestesiologia é, desde 2000, assistente hospitalar do quadro do INEM.

O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, apelou, no passado dia 22 de maio, à Assembleia da República para que investigasse a gestão do Instituto Nacional de Emergência Médica, que considerou ser "no mínimo danosa".

Rui Lázaro fez este pedido na comissão parlamentar de Saúde, onde foi ouvido a pedido do PSD. À data, o líder sindical alertou para a escassez de técnicos de emergência hospitalar que se reflete, segundo o próprio,  em ambulâncias paradas e na diminuição da prestação de cuidados de emergência médica em todo o país.

Na sua intervenção, citado pela agência Lusa, Rui Lázaro disse  não ter "prova nenhuma, nem nenhum dado" que leve a pensar que possa haver "um conluio para favorecer quem quer que seja". Consequentemente, aquilo que se passa no INEM é "no mínimo gestão danosa". "Só pode ser, porque é o dinheiro de todos nós que está a ser desperdiçado com este tipo de gestão que já criticámos na altura que mantínhamos conversações – e que deixámos ter porque ele não quer – com o presidente do INEM [Luís Meira], que nunca nos soube responder", acrescentou.

Rui Lázaro pediu à Assembleia da República que investigue o INEM e, agora, a ministra da Saúde, ao que tudo indica, vai satisfazer a sua pretensão.