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Montenegro diz que acusações na saúde "não têm pés nem cabeça"
Contratação de uma consultora privada para ajudar na elaboração do plano de emergência para a saúde está a gerar polémica.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu este domingo, 2 de junho, que a questão colocada pelo secretário-geral do PS sobre a eventual utilização de uma consultora privada no plano estratégico para a saúde não tem "pés nem cabeça".
"Isso não tem pés nem cabeça. Eu não vou estar a falar sobre isso agora, mas não tem pés nem cabeça, essa acusação", disse Luís Montenegro aos jornalistas, após votar antecipadamente em Espinho, no distrito de Aveiro.
De acordo com o primeiro-ministro, "o Governo apresentou o plano de emergência e transformação na área da saúde, cujo conteúdo é não só de emergência, mas também é de transformação estrutural e isso é que é o importante".
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, questionou no sábado o Governo sobre se alguma empresa privada na área da consultoria esteve envolvida na elaboração do plano de emergência para a saúde, como foi contratada e a que informação do serviço Nacional de Saúde (SNS) teve acesso.
Segundo o líder socialista, "aparentemente uma empresa de consultoria privada participou nas reuniões de consulta a várias entidades, privadas e públicas", e não se sabe "até que ponto esteve também na conceção do plano de emergência da saúde".
No mesmo dia o Governo admitiu ter contratado uma consultora privada para "organizar e estruturar" o trabalho da task force responsável pelo Plano de Emergência da Saúde, sublinhando que a empresa tem trabalhado com o Ministério da Saúde "nos últimos anos".
"Para organizar e estruturar os contributos/trabalho da task force foi contratada uma consultora privada, a IQVIA Solutions, que faz parte da bolsa de consultoras que tem trabalhado com o universo Ministério da Saúde nos últimos anos", adiantou o gabinete da ministra Ana Paula Martins.