O Banco Central Europeu (BCE) não desacelera. Ao nono mês de compras de activos, a instituição monetária da Zona Euro injectou 62.598 milhões de euros. Um montante que, apesar de ser menor que em Outubro, fica acima do objectivo de 60 mil milhões. Tal como Mario Draghi (na foto) já havia revelado, o BCE está a antecipar as compras de activos, prevenindo-se face ao período de falta de liquidez do Natal.

55.105 milhões de euros. Este é o valor despendido pelo BCE na aquisição de títulos do sector público ao longo do mês de Novembro, segundo os dados revelados esta segunda-feira, 7 de Dezembro. Este é o montante mais elevado desde que o programa que inclui dívida soberana teve início, em Março deste ano. Maior foi também a maturidade média dos activos, que passou de 8,00 para 8,06 anos.

Como as compras de activos do sector público de cada país têm de corresponder à respectiva posição no BCE, também o investimento em dívida portuguesa foi o mais elevado de sempre. Atingiu os 1.248 milhões de euros, acima dos 1.184 milhões alcançados em Outubro. Já a maturidade média da dívida portuguesa adquirida passou de 10,64 para 10,57 anos, continuando a destacar-se, ainda assim, como a mais longa entre todos os países da Zona Euro.

Em sentido contrário estiveram as compras de "covered bonds" e de instrumentos de dívida titularizados. Ambos registaram os valores mais baixos de sempre, com os primeiros a recuarem de 9.993 milhões para 6.869 milhões de euros. Já os activos menos representativos na injecção de liquidez do BCE caíram de 1.562 milhões para 624 milhões.

Feitas as contas, a instituição monetária da Zona Euro conseguiu investir um total de 62.598 milhões de euros em Novembro. Este é o terceiro melhor mês desde o início das compras de activos, em Março. Um factor que reflecte a intenção já assumida por Mario Draghi de antecipar as compras de activos, de modo a acautelar a baixa liquidez registada durante a época festiva do Natal.

O BCE tem até agora, pelo menos, mais 6.370 milhões de euros que o necessário. Um montante que, ainda assim, fica aquém dos 8.368 milhões que ficaram em falta no mês de Agosto, o outro período típico de baixa liquidez. Contudo, a instituição monetária não deverá registar grandes adversidades, já que a maior paragem é na segunda quinzena de Dezembro, ao passo que as quatro semanas de Agosto são globalmente fracas.