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Porto e Lisboa distinguidas em Barcelona como melhores redes 5G da Europa
Pedro Mota Soares evoca orgulho no trabalho feito pelas operadoras em Portugal antes de receber o prémio que destaca Porto e Lisboa como as melhores entre as redes 5G da Europa.
É pelo terceiro ano consecutivo que a associação que representa as operadoras de telecomunicações (Apritel) vai a Barcelona receber um prémio pela qualidade das redes em Portugal. A MedUX, plataforma independente que mede e analisa as redes fixas e móveis, distinguiu o Porto como a cidade com o melhor 5G e Lisboa foi a cidade com a maior confiabilidade.
Ao Negócios, Pedro Mota Soares, representante das operadoras, indica que este prémio é um sinal bastante positivo para o país. "No caso do Porto, falamos de 99,6% de todas as sessões feitas com 5G com sucesso, o que demonstra a qualidade da rede e este reconhecimento de Portugal orgulha os operadores", refere antes da entrega dos prémios que decorreu no Mobile World Congress, em Barcelona.
"Além de orgulhar os operadores, reflete o que é o compromisso do investimento contínuo que os operadores de comunicações eletrónicas têm feito em Portugal". E Pedro Mota Soares coloca esse investimento em números concretos: "Nos últimos oito anos, o investimento foi de 10 mil milhões de euros".
O líder da Apritel vai ainda mais longe e garante que o "ritmo de investimento acelerou nos últimos dois anos, para 1,6 mil milhões de euros por ano".
"E isso tem uma consequência". Qual? "Este investimento resulta em 98% da população portuguesa ter cobertura 5G e 95% das casas terem cobertura de fibra. Isto é essencial para o salto que Portugal está a dar nesta transição para o digital, uma vez que o crescimento económico do país vai passar muito pelo digital", adianta.
Por isso mesmo, Pedro Mota Soares diz mesmo ser "essencial garantir condições que assegurem a sustentabilidade do investimento no setor", sendo este "o grande desafio".
E como é que isso pode ser feito? O responsável da Apritel destaca que a Comissão Europeia, Mario Draghi e a bússola para a competitividade "apontam um conjunto de propostas para reforçar a sustentabilidade do investimento". Um dos pontos é mesmo a duração das licenças das faixas de espectro.
"O governo espanhol decidiu aumentar as licenças para 10 anos. Quando olhamos para Portugal, sentimos que era importante tomar medidas que ajudem a garantir que é possível manter este investimento, porque depois há reflexo na qualidade das redes, da digitalização do país e na disponibilização das redes aos portugueses".
Algo que Pedro Mota Soares vai referindo ao longo da conversa é que "esta indústria é de capital intensivo", na sua maioria privado. "Não queremos que Portugal fique para trás e é importante dar condições para dar sustentabilidade a este investimento".
Embora o país esteja a destacar-se, o líder da Apritel destaca a necessidade de Portugal não perder o ritmo e de "não ficar em contraciclo" com o que está a ser feito pela União Europeia.