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O que disse Pedro Duarte Neves na segunda audição do inquérito à gestão do BES e do GES?

O vice-governador do Banco de Portugal falou na "persuasão moral" que o regulador fez a Ricardo Salgado para o afastar do BES. Mencionou a dívida inusitada da ESI. Sobre a Escom é que não falou porque não sabe.

Miguel Baltazar/Negócios
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Estava marcada para as 15 horas mas, devido ao atraso na audição de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, o vice-governador só começou a falar aos deputados já depois das 17h30. Ainda prestou declarações até depois das 22h30. Foram cerca de quatro horas.

 

Duarte Neves começou por falar da Espírito Santo International, a sociedade do Grupo Espírito Santo em que foi detectado um buraco que acabou por afectar todo o universo Espírito Santo. Tudo se agravou quando, em Novembro de 2013, o Banco de Portugal teve conhecimento de que a dívida global da ESI era "inusitadamente maior" do que a que até aí havia sido divulgada

 

Foi com a questão da ESI que começaram os problemas. E aí também se intensificaram as dúvidas da manutenção de Salgado à frente do BES. Duarte Neves falou do trabalho feito, durante meses, para afastar do BES o seu histórico presidente. O regulador foi adiando a concessão de registos que permitiam a Salgado manter-se à frente de filiais do grupo. O que tinha como objectivo que o banqueiro, ao ver-se afastado das filiais, saísse do próprio BES. O plano de sucessão foi delineado em Abril. Mas Salgado só saiu em Junho. Apesar da diferença temporal, Duarte Neves deu a entender que o Banco de Portugal "forçou" o banqueiro a abandonar. 

 

Também houve tempo na audição para se mencionar a Tranquilidade, ainda que sem adiantar grande novidade. O vice-governador, tal como o governador, disse apenas que o Banco de Portugal se baseou numa avaliação da PwC para aceitar que as acções da seguradora fossem dadas como garantia num crédito do BES ao ESFG - 700 milhões de euros. Como é que, meses depois, a Tranquilidade foi vendida a um preço muito superior - 50 milhões mais 150 milhões posteriormente injectados para a capitalizar, não soube responder.

 

O que também ficou sem resposta foi o papel da Escom no âmbito do Grupo Espírito Santo. Mas deu para trocas de gracejos entre os deputados e Pedro Duarte Neves.  

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