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Seis audições do inquérito ao BES depois, PCP diz que supervisão é um "embuste"

Quem são os funcionários do BdP que acompanham o BES? O PCP quer conhecê-los e ouvi-los na comissão de inquérito antes de Salgado. Pelo meio, deixa já ataques à supervisão e à ministra das Finanças.

Bruno Simão
21 de Novembro de 2014 às 22:07
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O Partido Comunista Português, pela voz de Miguel Tiago (na foto), considera que as seis audições já realizadas da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES permitem concluir que "o sistema de supervisão financeira é um embuste".

 

O deputado comunista diz que, no caso BES, os supervisores optaram por "omitir da Assembleia da República e do país os problemas e fraudes realizadas no sistema financeiro do que denunciá-los e impedi-los". Miguel Tiago diz que a ministra falhou ao "omitir" a possibilidade de o BES, após apresentar prejuízos históricos a 30 de Julho, vir a perder o estatuto de contraparte junto do Banco Central Europeu – como veio a ser decidido a 1 de Agosto e apenas comunicado oficialmente dia 3, ao mesmo tempo que se sabia que o BES iria ser alvo de uma medida de resolução. Entretanto, dia 31 de Julho, as acções do BES resvalaram 40%, a mesma dimensão das perdas verificadas no dia seguinte até à suspensão da negociação.

 

O PCP acredita, com base nos depoimentos dos reguladores e da actual ministra Maria Luís Albuquerque, "que existe gestão política do processo em tentativa de salvar a reputação do Governo". Para os comunistas, todas as entidades ouvidas – não só a ministra mas também o Banco de Portugal, o Instituto de Seguros de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários – têm "responsabilidades" na derrocada do banco. No caso do regulador do sector financeiro, Miguel Tiago critica a "sua muito tardia intervenção". Já o ISP é acusado de um acompanhamento "inexistente" à Tranquilidade, que ficou em situação de capital delicada devido a investimentos no Grupo Espírito Santo. Já a CMVM é acusada de não ter impedido o aumento de capital do BES realizado em Maio.

 

Quem são os funcionários do BdP que acompanham o BES?

 

O grupo parlamentar também aumenta a lista de mais de 100 personalidades a serem ouvidas na comissão de inquérito. Quer ouvir os funcionários do Banco de Portugal que acompanharam o BES. "De acordo com o governador do Banco de Portugal, tal equipa seria constituída por dois funcionários da instituição supervisora", diz o pedido feito pelo PCP à presidência da comissão, liderada por Fernando Negrão.

 

"Esses profissionais, apesar de ainda não terem sido fornecidos os seus nomes, detêm informação determinante que recolheram ao longo da sua vasta intervenção e observação interna do banco em causa", justificam no pedido os deputados do grupo, Miguel Tiago, Paulo Sá e Bruno Dias.

 

O PCP quer ouvir estes funcionários do BdP antes da audição de Ricardo Salgado, marcada para dia 3 de Dezembro. Os nomes têm ainda de ser aprovados por uma maioria na comissão de inquérito. 

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