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O que disse José Berberan Ramalho na sétima audição do inquérito ao BES e GES?

O vice-governador do Banco de Portugal falou do efeito "devastador" que teria a falência do Banco Espírito Santo, defendeu a resolução aplicada pelo banco central e anunciou que o Tesouro emprestou ao Novo Banco mais do que o que se pensava. Berberan Ramalho admitiu ainda que a fraude na banca é mais duradoura.

Bruno Simão/Negócios
26 de Novembro de 2014 às 16:14
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Começou depois das 15h30 e eram 20h00 e ainda estava a decorrer. Mais de quatro horas para ouvir José Berberan Ramalho. É um dos vice-governadores do Banco de Portugal. Ao mesmo tempo, também é presidente do Fundo de Resolução, accionista único do Novo Banco.

 

Aplicar uma medida de resolução ou deixar o banco falir? A primeira era a única solução possível no curto prazo para salvar o BES, diz o vice-governador do Banco de Portugal, tal como defendem os seus colegas reguladores. A segunda opção teria um efeito devastador, classificou José Berberan Ramalho.

 

Como já havia dito Carlos Costa, o Novo Banco é para vender até meados do segundo trimestre do próximo ano. Não é para vender os seus activos aos bocados. É tudo por inteiro. "O objectivo é alienar o capital do Novo Banco e não desmantelá-lo e vendê-lo aos bocados".

 

Seja como for, o objectivo é que seja alienado pelos 4,9 mil milhões de euros que recebeu de capitalização. Qualquer venda abaixo desse montante terá de ser suportado pela banca. Mas o vice-governador assegura que os bancos não vão ver a sua solvência ameaçada nesse pagamento.

 

Dos 4,9 mil milhões de euros totais, o Estado emprestou 3,9 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução da banca, que é o único accionista do Novo Banco, herdeiro dos activos bons do BES. Para além desse montante, durante um mês, o Tesouro português emprestou mais 635 milhões de euros.

 

Com estes empréstimos, o fundo de resolução tem de pagar juros. Até 4 de Novembro, já tinham sido pagos 30 milhões de euros, parte deles ao Estado.

 

Além do montante da capitalização, vindo da linha da troika, o Novo Banco beneficia ainda de uma garantia estatal de 3,5 mil milhões de euros que protege obrigações emitidas pelo BES. Berberan Ramalho considera que é "importante" estender esse prazo por um ano. Há um pedido nesse sentido, já.

 

De qualquer modo, antes de qualquer venda, é necessário conhecer o Novo Banco por dentro. O balanço da instituição financeira chega para a semana, anunciou o vice-governador.

 

Sobre a supervisão, aquele que é um dos vice-governadores do supervisor da banca disse que "quando uma instituição financeira quer enganar, pode conseguir enganar durante muito tempo". 

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