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Maior desafio da nova gestão da CGD será contribuir para reanimar a economia

Equipa muda de líder não executivo e recebe reforços executivos a pensar no crescimento do crédito.

Miguel Baltazar/Negócios
30 de Maio de 2013 às 00:01
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Canalizar recursos para, através da concessão de crédito, contribuir para a recuperação da economia portuguesa. De forma resumida será esta a principal tarefa da administração da CGD, que esta sexta-feira será renovada com a esperada nomeação de um novo presidente não executivo – depois de Fernando Faria de Oliveira ter renunciado ao lugar – e a eleição de mais administradores, dos quais três deverão integrar a comissão executiva. Uma missão que promete não ser fácil de cumprir, já que, como alertava ainda esta semana o Banco de Portugal, o maior desafio da banca no curto prazo são as perspectivas negativas para a economia portuguesa.

Para o Governo, mais do que conseguir lidar com as consequências da crise, o banco público tem de contribuir para ajudar a inverter a tendência de contracção da economia. Foi isso mesmo que o ministro das Finanças afirmou há uma semana, no anúncio do programa de relançamento económico. A CGD tem de assumir a liderança na "canalização dos recursos disponíveis para a recuperação da actividade económica, através da dinamização do crescimento do crédito", sublinhou Vítor Gaspar.

Numa antecipação daquilo que deve constar da nova carta de missão da Caixa, o ministro defendeu ainda que a instituição tem de "dinamizar o crescimento do crédito, salvaguardando a gestão e o controlo de risco, com o objectivo de reorientar a estrutura de crédito para o financiamento da actividade produtiva", ou seja, concedendo crédito a empresas de bens transaccionáveis e a projectos de exportação e internacionalização, além do apoio à capitalização de PME.

Esta linha de actuação deverá marcar a orientação estratégica da nova administração da Caixa, que apesar de manter parte dos elementos – entre os quais estar o líder executivo, José de Matos –, deverá ser nomeada para um novo mandato de três anos. A actual equipa foi eleita para desempenhar funções até ao final do ano, mas o facto de o Governo pretender fazer uma remodelação mais alargada do que a mera substituição de António Nogueira Leite – que renunciou à vice-presidência executiva em Dezembro –, deverá implicar a antecipação do final do actual mandato. De saída estão ainda Norberto Rosa, que não pode ser reeleito para um quarto mandato, e Rodolfo Lavrador.

No curto prazo, a prioridade da nova equipa será concluir as negociações com Bruxelas, relativas ao plano de reestruturação que a Caixa vai ter de executar para evitar que a ajuda que recebeu do Estado lhe permita ficar com uma vantagem competitiva face à concorrência. E da lista de remédios a aplicar pela Direcção-geral da Concorrência da União Europeia à CGD sairão mais alguns dos desafios da administração renovada.

Reduzir ao mínimo a presença do banco público em Espanha e diminuir a capacidade instalada em Portugal – através do encerramento de balcões e da não substituição dos efectivos que saiam do quadro de pessoal – serão duas das medidas que a instituição vai ter de adoptar ao longo dos próximos meses.

A médio prazo, outra das prioridades da nova equipa de gestão será recuperar a rentabilidade da instituição. Nos últimos dois anos, a CGD apresentou prejuízos, tendência que se manteve no primeiro trimestre deste ano e que deverá verificar-se no conjunto deste ano, devido às perdas relacionadas com malparado.

 
Os desafios da nova equipa

Financiar economia, reduzir capacidade instalada em Portugal e Espanha e recuperar lucros, são as prioridades.

 

Liderar dinamização do crescimento do crédito

O grande desígnio da nova gestão é liderar a "dinamização do crescimento do crédito", anunciou o ministro das Finanças há uma semana. A tarefa promete não ser fácil, face à recessão económica. Para Vítor Gaspar, a Caixa deve canalizar recursos disponíveis na "recuperação da economia".

 

Reduzir capacidade instalada em Portugal

Encerrar balcões e reduzir o quadro de pessoal não substituindo efectivos que saiam de forma natural será uma decorrência dos remédios a impor por Bruxelas, além de ser uma necessidade para adequar a Caixa à quebra do negócio bancário em Portugal.

 

Limitar ao mínimo a exposição a Espanha

Por imposição de Bruxelas, a CGD terá ainda de reduzir ao mínimo a presença em Espanha, o que levará a dispensar mais trabalhadores (além dos mais de 100 já dispensados) e fechar mais balcões (além dos 40 já encerrados).

 

Regressar aos lucros

Nos últimos dois anos, a CGD teve prejuízos, sobretudo devido a perdas com malparado. Recuperar a rentabilidade perdida, o que exigirá o aumento do negócio mas não só, será outro grande desafio.

 

 

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