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Nogueira Leite convidado para CGD e desconvidado uma semana depois
Pedro Passos Coelho convidou Nogueira Leite para presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e, uma semana depois, retirou o convite.
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A revelação foi feita ontem, numa entrevista ao jornal Público em que o professor catedrático e também gestor não executivo da EDP Renováveis admite que o Primeiro-ministro "talvez se tenha precipitado" quando fez o convite e que "depois talvez tenha reflectido melhor". "Falou com algumas pessoas e recuou", afirmou Nogueira Leite, admitindo que uma dessas pessoas terá sido Vítor Gaspar, entre "outras personalidades".
O convite e posterior recuo chegaram a ser noticiados na altura, mas só agora António Nogueira Leite falou abertamente sobre o assunto. O economista acabaria depois por integrar o conselho de administração do banco do Estado, mas na qualidade de vice-presidente, com a liderança entregue a José Matos, naquela que terá sido, afinal, uma escolha pessoal do ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
No final do ano passado, Nogueira Leite apresentou a sua demissão e saiu em divergência com José Matos. Sobre a sua saída disse agora que "Na CGD havia uma estratégia, mas o accionista não estava atento e não dava cobertura para a desenvolver". Afirma que "houve uma certa funcionalização da CGD errada" e que se sentiu "impotentepar alterar a situação. "OGoverno estava indeciso sobre o que devia ser a CGD. E como sou um profissional não quero ter a minha reputação arruinada por estar naquela situaçãoe ter de lidar com um accionista que não sabe o que quer", concluiu.
Pronunciando-se sobre a actual situação do país, o economista afirmou que Vítor Gaspar "está muito longe da realidade" e que nas Finanças "devia haver alguém com bons conhecimentos da Administração Pública, Alguém com as competências do dr. Paulo Macedo".