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Nogueira Leite: Vítor Gaspar “está muito longe da realidade”

Ex-administrador da CGD diz que ministro das Finanças deveria ter atacado o corte da despesa logo no início do Governo e que Paulo Macedo tem um melhor conhecimento sobre a administração pública.

Negócios 05 de Maio de 2013 às 19:07
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António Nogueira Leite diz em entrevista ao Público que se Vítor Gaspar tivesse sido capaz de gerir a administração pública com o apoio político que existia no início do programa, “provavelmente hoje estaríamos numa situação mais fácil”.

 

Citando o facto de ser conhecido o que se passa nas reuniões do Conselho de Ministros, Nogueira Leita acrescenta que há hoje sinais que “vêm de dentro do Governo, e que não são muito animadores para quem está de fora, como é o meu caso”.

 

“Goste-se ou não do ministro das Finanças, tendo ele ou não um sucesso relativo, ele tem conseguido convencer os investidores da bondade das suas medidas e de forma mais eficaz do que tem convencido os portugueses”, afirmou Nogueira Leite.

 

“Conheço Vitor Gaspar há mais de 30 anos, sei das suas grandes aptidões académicas, mas também sei que é uma pessoa que está muito longe da realidade. Ele sabe como o sistema deve funcionar, mas não sabe, em concreto, que alavancas deve mexer. Nas Finanças deve haver alguém com bons conhecimentos da administração pública, alguém com as competências do Dr. Paulo Macedo”.

 

Ainda assim Nogueira Leite não critica Vítor Gaspar pelas falhas nas previsões económicas e diz mesmo que “outros economistas a desempenhar as mesmas funções não teriam sido muito mais bem sucedidos”.

 

Sobre as medidas anunciadas sexta-feira pelo primeiro-ministro, classifica-as de “duras, mas imprescindíveis”, destacando o facto de não haver mais aumento de impostos.

 

“Tenho críticas à forma como a política económica e financeira, até mais a financeira, do governo tem sido seguida. Nos últimos dois anos o governo evitou fazer muitos dos ajustamentos que agora terá que fazer na estrutura, nas gorduras, nas sobreposições e nos excessos do estado”.

 

“Não sou um campeão da austeridade, mas infelizmente temos de ter austeridade porque gerámos desequilíbrios incomportáveis”, afirmou.

 

O ex-administrador da CGD, na entrevista ao Público, fala ainda de José Sócrates, afirmando que o antigo primeiro-ministro “foi tão incompetente na governação, como é competente na retórica”.

 

 

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