A CGD realiza esta sexta-feira, 31 de Maio, a sua Assembleia-Geral anual ordinária, em Lisboa, que tem como único accionista o Estado e servirá para aprovar as contas de 2012, ano em que o banco registou prejuízos de 395 milhões de euros.

A presença de Manuel Rodrigues no início da reunião magna da Caixa serviu para apresentar a “Carta Missão” que, tal como tinha sido dito pelo ministro da Economia em Abril, deverá conter instruções "para que a CGD liberte já este ano mais de mil milhões de euros para o financiamento à economia e para o próximo ano, 2014, mais de 2,5 mil milhões de euros" com o mesmo fim.

Na reunião de hoje deverão ainda ser discutidos os novos nomes de gestão do banco público, apesar de esse ponto não fazer parte da agenda formal da reunião, pelo que a sua divulgação oficial poderá apenas decorrer nos próximos dias.

Na quarta-feira, 29 de Maio, o presidente do Conselho de Administração da CGD, Fernando Faria de Oliveira, pediu formalmente para sair do cargo que ocupa, depois de já em Novembro de 2012 ter manifestado verbalmente a mesma intenção ao ministro das Finanças, Vítor Gaspar.

Faria de Oliveira vai, no entanto, continuar como presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB).

Para substituir Faria de Oliveira, segundo informações avançadas pela imprensa e confirmadas pela Lusa, vai ser nomeado Álvaro Nascimento, director da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica do Porto e que actualmente é administrador não executivo da Caixa.

Além da nomeação de Álvaro Nascimento como presidente não executivo, deverão ser também nomeadas como administradoras Ana Cristina Leal (actualmente no Banco de Portugal) e Maria João Carioca (da gestora de rede multibanco SIBS). Já José de Matos vai manter-se como presidente executivo do banco público.

De saída da CGD estão ainda os administradores executivos da CGD, Norberto Rosa e Rodolfo Lavrador. Norberto Rosa, que tem o pelouro financeiro do banco público, faz parte da administração da CGD desde 2004 e completa este ano o seu terceiro mandato, pelo que não poderia ser reconduzido no cargo, devendo regressar ao Banco de Portugal, do qual saiu para integrar a maior instituição financeira portuguesa.

Já Rodolfo Lavrador é o responsável pela área internacional da CGD e, segundo o “Diário Económico”, deverá deixar as atuais funções uma vez que "não terá cumprido os objectivos" estabelecidos para as operações internacionais do banco público.

Por seu turno, o administrador não executivo Pedro Rebelo de Sousa terá apresentado em meados de Abril o seu pedido de demissão do cargo, de acordo com o mesmo jornal.

Em Dezembro, António Nogueira Leite também tinha resignado ao cargo de administrador da CGD, por alegadas divergências com a restante equipa de gestores do banco.