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Governo quer CGD atrativa na captação da poupança dos portugueses

Entre as linhas orientadoras que o Governo definiu para a gestão da CGD está o objetivo do banco público assegurar uma rede "abrangente de agências bancárias em Portugal".

Duarte Roriz/Correio da Manhã
16 de Julho de 2019 às 19:20
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O Governo aprovou uma nova carta de missão para a Caixa Geral de Depósitos, que define várias orientações para a gestão liderada por Paulo Macedo.

Uma das linhas de orientação definidas pelo Governo de António Costa passa por a CGD manter a "atratividade para a captação" das poupanças dos clientes particulares, "garantindo uma cobertura abrangente e uma elevada qualidade na prestação do serviço".

 

Esta orientação do Governo surge numa altura em que os bancos comerciais em toda a Europa têm demonstrado dificuldades em remunerar os depositantes e aforradores, devido à política monetária expansionista do Banco Central Europeu. A taxa dos depósitos da autoridade monetária está em -0,4% e deve descer ainda mais.

 

A carta é também publicada poucos dias depois do banco público ter sido obrigado a recuar na intenção de não pagar juros nos depósitos quando estes são inferiores a um euro. A Caixa manteve contudo o corte de 70% nos juros pagos nos depósitos poupança, sendo que em várias aplicações os juros semestrais passaram de 0,05% para 0,015%. 

 

Nesta carta de missão, que o governo aprovou a 6 de maio mas só agora foi divulgada pelo banco público no seu site, o Executivo de António Costa considera que o "serviço ao cliente" deve ser o "novo pilar estratégico" a desenvolver pelo banco público, sendo que o objetivo passa por "garantir níveis de serviço de excelência que passam, necessariamente, pela adaptação contínua da atividade da CGD à evolução digital".

 

Apesar da aposta no digital, a CGD terá de assegurar uma rede "abrangente de agências bancárias em Portugal". No âmbito plano de recapitalização, o banco foi obrigado a reduzir perto de 200 balcões entre 2015 e 2018. Na carta de missão publicada hoje, o Governo repete que a CGD deverá chegar a 2020 (último ano do plano estratégico) com um corte de 20% nos custos.

 

"Gestão eficaz e rigorosa"

 

Nesta carta de missão o Governo assinala que a atual administração da CGD tem "prosseguido de forma fiel e adequada os complexos objetivos que foram propostos para o seu mandato", sendo que agora o banco "vive um novo momento, no qual é importante tirar conclusões sobre o passado e refletir sobre o futuro".

 

É extensa a lista de linhas de orientação e valores fundamentais que foram definidas pelo Governo. Além dos apelos relacionados com os clientes, o Governo descreve também várias exigências ligadas à gestão do banco e níveis de rendibilidade, embora sem metas concretas.

 

A administração da Caixa deve garantir a "sustentabilidade do modelo de negócio, assegurada pela rendibilidade das operações, associada a uma gestão de risco adequada, e por uma rede de serviços financeiros abrangente".

 

Deve também preocupar-se com a rendibilidade, "assegurando uma remuneração adequada dos capitais públicos, com base na sustentabilidade do modelo de negócio e numa gestão eficaz e rigorosa".

 

A CGD entregou este ano os primeiros dividendos ao Estado desde 2010 (200 milhões de euros), após um ano em que obteve lucros de 496 milhões de euros (contra 52 milhões em 2017).

 

Esta carta de missão da CGD é a primeira desde 2013.

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