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Carlos Costa remete para Jorge Tomé processo falhado de venda do Banif
"O acompanhamento" que o Banco de Portugal fez no processo de venda voluntário do Banif foi o "de um supervisor que pergunta como é que vai o processo", disse o governador.
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Carlos Costa excluiu qualquer responsabilidade sobre o processo de venda voluntária do Banif, que aconteceu nos dias antes de intervir no banco e alienar a sua actividade tradicional ao Santander Totta.
"A venda voluntária do Banif trata-se da venda das acções do Estado [no Banif], tanto quanto sei. Não fomos parte do processo", afirmou Carlos Costa na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.
Esta sexta-feira, 29 de Janeiro, o governador do Banco de Portugal optou, em várias respostas aos jornalistas, por frisar que não teve papel no processo de venda do banco. Aliás, ao mesmo tempo que estava a decorrer aqueles concursos (ao qual concorreram seis entidades), já se sabia no regulador que a resolução era uma hipótese.
"O Banco de Portugal não tem nada que ver com o processo de venda voluntária. Não fez parte nem conhece as propostas. A única coisa que tinha conhecimento é que havia dois proponentes que preenchiam as condições para serem interlocutores [numa venda em resolução, segundo as regras europeias]", indicou o governador aos deputados.
A resolução efectivamente aconteceu porque a venda voluntária falhou: o Estado não podia vender a sua posição, sem dinheiro público. Assim, a Comissão Europeia obrigou a uma venda no âmbito de uma resolução, com perdas para accionistas e detentores de dívida.
Na sua intervenção, Carlos Costa, embora tenha sublinhado que não estava a criticar ninguém, deixou uma pergunta à gestão de Jorge Tomé: porque é que nenhum dos oito planos de reestruturação do Banif foi aceite por Bruxelas, de forma a evitar a resolução?