A carta foi escrita a 15 de Janeiro. Da comissária europeia da Indústria, Elzbieta Bienkowska, para o CEO da Volkswagen, Matthias Müller. Assunto: Bruxelas quer que o grupo alemão tome medidas para compensar os proprietários europeus afectados pelo escândalo das emissões.

"Gostaria de pedir-lhe para reconsiderar a sua posição sobre a compensação e reflectir sobre as maneiras de oferecer uma compensação também aos consumidores europeus", pode ler-se na missiva citada pela agência Reuters.

Ao contrário dos Estados Unidos da América, onde a Volkswagen disponibiliza vales de mil dólares (cerca de 900 euros) em serviços aos proprietários afectados, não está prevista uma compensação para os clientes europeus.

Em Novembro, quando anunciou a solução, a fabricante automóvel garantiu apenas que arranjaria medidas para atenuar o impacto da chamada dos veículos às oficinas, que deverá arrancar ainda em Janeiro.

Ao todo, são 8,5 milhões de carros a gasóleo com emissões de óxido de azoto (NOx) adulteradas na Europa. No mundo, o número escala para os 11 milhões. A Volkswagen admitiu a manipulação em Setembro do ano passado.

Elzbieta Bienkowska quer também que o líder da Volkswagen precise o número de carros afectados por cada Estado-membro e preste detalhes técnicos sobre as "medidas correctivas" encontradas.

Também esta quarta-feira, 20 de Janeiro, a agência Reuters escreve que a posição de Matthias Müller não está em causa, depois de a imprensa alemã ter noticiado nesse sentido.

O apoio à continuação do CEO, que assumiu o cargo quando foi descoberto o escândalo, foi demonstrado na última reunião do conselho de administração do grupo automóvel.