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Bosch responsabiliza Volkswagen pela manipulação de emissões

O fabricante alemão de componentes aponta o dedo às marcas automóveis, que diz serem as responsáveis pelos valores das emissões dos veículos que produzem.

Bloomberg
27 de Janeiro de 2016 às 11:19
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O fabricante de componentes automóveis Bosch responsabilizou a também germânica Volkswagen pelo caso da manipulação de emissões de gases nocivos em veículos a gasóleo, apesar de ter fornecido peças utilizadas nos motores que contornaram os limites legais de emissões.

Apesar de as autoridades terem incluído os fornecedores de componentes na lista de entidades a investigar, o responsável aponta o dedo a cada um dos fabricantes de automóveis pela emissão específica de cada veículo.


"O diesel é uma tecnologia limpa e amiga do ambiente", garantiu esta terça-feira aos jornalistas o CEO da Bosch, Volkmar Denner, que considerou mesmo os veículos a gasóleo "máquinas de limpeza do ar", já que as emissões que produzem serão menos poluentes do que o ar que é admitido nos motores.


Para Denner, nem os componentes fornecidos nem a tecnologia diesel podem ser responsabilizados pelo caso, argumentando que os veículos a gasóleo produzem 20% menos dióxido de carbono que os que usam motores a gasolina, ao passo que os catalisadores neutralizam os óxidos de azoto.


Em Setembro o fabricante confirmou ter fornecido componentes para os motores afectados, desencadeando um inquérito interno no dia seguinte a ser conhecido o escândalo nos EUA, pela voz da agência ambiental norte-americana.

A empresa diz estar a colaborar com as autoridades, mas adverte que a área de software de controlo dos motores – para a qual fornece especificamente estes componentes – é muito complexa.


Apesar da polémica, a Bosch assegura que ainda não sentiu impacto no seu negócio e que não houve redução da procura por veículos diesel, uma tecnologia que emprega 50 mil pessoas na empresa.

Segredo "mal guardado"


Na segunda-feira o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung avançava que a manipulação de emissões na Volkswagen começou a ser preparada em 2006 e que era um "segredo" mal guardado entre as equipas de engenheiros do fabricante, tendo a administração sido alertada em 2011.


A marca alemã reconheceu que há na Europa mais de 8,5 milhões de veículos equipados com o software que pode ser manipulado e que cerca de 500 mil carros foram vendidos nos EUA, onde correm processos judiciais contra o fabricante, arriscando uma multa que pode atingir os 18 mil milhões de dólares (16,6 mil milhões de euros). Além da Volkswagen, as autoridades francesas anunciaram que haverá mais três fabricantes cujos carros podem apresentar manipulação de dados das emissões.

A Coreia do Sul juntou-se esta quarta-feira aos queixosos, ao apresentar mais um processo judicial contra o responsável pelas vendas no estrangeiro da insígnia alemã, Terence Bryce Johnsson, também administrador da filial sul-coreana. Em Novembro, Seul ordenou a recolha de 125 mil veículos alegadamente afectados, aplicando uma multa de 14,1 mil milhões de won (10,8 milhões de euros) à empresa.

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