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Volkswagen recusa-se a compensar donos de carros adulterados na Europa

Nos Estados Unidos, a empresa aceitou dar vales de cerca de 900 euros aos detentores de automóveis para compensar a inclusão de dispositivos que alteravam os testes de emissões de gases poluentes. Na Europa, a empresa recusa-se a fazê-lo.

Bloomberg
Negócios 22 de Janeiro de 2016 às 07:41
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A Volkswagen rejeita as pretensões de Bruxelas para a construtora automóvel compensar os clientes europeus pelo caso da fraude nos testes das emissões de gases poluentes. Escuda-se em questões legais, para dizer que na Europa a isso não está obrigada, conforme acontece, no entanto, nos Estados Unidos da América.


A rejeição da Volkswagen está explicita esta sexta-feira, 22 de Janeiro, no Financial Times.

 

O segundo maior fabricante de automóveis a nível mundial não conseguiu, nos Estados Unidos, acordo dos reguladores para uma proposta que implicava uma reparação no software considerado defeituoso. Num caso que já tem mais de 500 acções judiciais dos consumidores contra a fabricante automóvel, os donos dos carros pretendem conseguir compensações pela desvalorização dos carros e até a devolução do preço de compra menos a desvalorização. Num plano de arbitragem, a construtora ofereceu aos detentores de Volkswagen cerca de mil dólares (cerca de 900 euros) em serviços como forma de compensação.

 

Na Europa, o caso muda de figura. E a Volkswagen reiterou a sua resistência em dar compensações semelhantes aos consumidores depois de um encontro que decorreu esta quinta-feira em Bruxelas, entre Elzbieta Bienkowska, comissária europeia para a indústria, e o presidente executivo da empresa, Mathias Müller, acompanhado do gestor de marca, Herbert Diess.

 

A conversa foi "breve e aberta", de acordo com o Financial Times.

Bienkowska, que já tinha feito a mesma exigência numa carta dirigida à Volkswagen, instou a empresa a reflectir sobre a sua posição no que respeita à compensação aos clientes europeus, que, segundo a comissária, deveriam ter um tratamento semelhante aos dos norte-americanos.

 

Mas apesar de reconhecer que os dispositivos que dissimulavam as emissões eram ilegais na Europa, argumenta, no entanto, que o facto de ter concordado com um plano de reparações mostra não ter intenções de fazer compensações monetárias. O FT cita a Volkswagen que garante que "não vamos dar compensações na Alemanha ou em qualquer outro lugar na Europa, porque temos a solução para resolver o problema".

 

O plano, que involve actualizações de software e em alguns casos a introdução de filtros de ar que custam 10 euros, já foi aprovado pelos reguladores alemães e vai iniciar-se na próxima semana. Nos Estados Unidos, a Volkswagen não conseguiu aprovar o seu plano.

 

Ao todo, são 8,5 milhões de carros a gasóleo com emissões de óxido de azoto (NOx) adulteradas na Europa. No mundo, o número escala para os 11 milhões. A Volkswagen admitiu a manipulação em Setembro do ano passado.

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