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Acções da Volkswagen caem depois de alargamento das investigações
Uma nova ameaça nos Estados Unidos, a juntar ao alargamento das investigações na Alemanha, assustou os investidores da Volkswagen. O grupo poderá ter de cortar os dividendos para lidar com o escândalo.
As acções da alemã Volkswagen já chegaram a desvalorizar mais de 4% esta quarta-feira, 9 de Março. Os analistas já tinham alertado a fabricante automóvel para a necessidade de fazer um corte nos seus dividendos para fazer face aos custos relacionados com o crescente número de investigações relacionadas com o caso de manipulação de emissões poluentes.
Na terça-feira, 8 de Março, a Reuters escrevia que a Volkswagen tinha sido intimada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos apoiado numa lei sobre fraude bancária. Os analistas concretizam que a intimação norte-americana, a juntar ao alargamento das investigações a 17 funcionários na Alemanha, assustou os investidores. As acções já desvalorizaram 4,05% para os 107,75 euros, esta quarta-feira, mas seguem a perder 0,58% para os 111,65 euros. Completam quatro sessões em "terreno" negativo.
A notícia chega depois de o presidente-executivo do grupo alemão, Matthias Müller, ter admitido que o escândalo de manipulação de emissões poluentes em carros a diesel vai significar um dano financeiro "substancial e doloroso".
A justiça norte-americana admite processar a Volkswagen até 46 mil milhões de dólares (cerca de 42 mil milhões de euros) por violação de leis ambientais. Ainda não está prevista nenhuma solução técnica para o meio milhão de carros afectados naquele país, depois do chumbo do regulador à primeira proposta.
A Volkswagen já fez saber que o seu atraso em reconhecer o caso nos EUA se deveu a uma tentativa de chegar a acordo com as autoridades daquele país para limitar os custos do escândalo. Essa assunção tardia levou alguns accionistas a apresentarem acções judiciais, justificando que a Volkswagen tinha sido muito lenta a prestar informações sobre a manipulação que tinha levado a cabo.
A Volkswagen enfrenta investigações em todo o mundo, depois de ter admitido, em Setembro do ano passado, ter instalado "software" manipulador das emissões de óxido de azoto (NOx) em 11 milhões de carros a gasóleo.