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Posição comum entre PS e PCP não garante aprovação do Orçamento

Documento assinala divergências de política, mas assume convergência para assegurar uma “solução duradoura na perspectiva da legislatura” encabeçada pelo PS.

10 de Novembro de 2015 às 16:03
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PCP e PS põem de lado as divergências e "no quadro do grau de convergência que foi possível alcançar" afirmam estarem reunidas as condições para existir uma base institucional para que o PS possa formar Governo e "adoptar uma política que assegure uma solução duradoura na perspectiva da legislatura". É este o compromisso assumido na posição comum assinada entre os dois partidos.

Quer o Orçamento do Estado quer outras medidas legislativas serão alvo de negociação específica. No texto, conhecido na terça-feira, os dois partidos afirmam a "disposição recíproca" para "encetarem o exame comum quanto à expressão que as matérias convergentes identificadas devem ter nos Orçamentos do Estado, na generalidade e na especialidade". O que significa que o documento será alvo de negociação caso a caso. 

No mesmo espírito serão avaliadas "as medidas e soluções que podem, fora do âmbito do Orçamento de Estado, ter concretização mais imediata". Alvo de exame em "reuniões bilaterais" serão também matérias como a legislação com impacto orçamental, moções de censura ao Governo, iniciativas oriundas de outros grupos parlamentares, entre outras.

O documento salienta, por várias vezes, as divergências entre os dois partidos. Fala de "uma abordagem séria em que se reconheceram a natureza distinta dos programas dos dois partidos e as diferenças de pressupostos com que observam e enquadram aspectos estruturantes da situação do país". O texto deixa explícito que "O PS e o PCP reconhecem as maiores exigências de identificação política que um acordo sobre um governo e um programa de governo colocava".

PS e PCP estão, no entanto, de acordo na necessidade de "virar a página das políticas que traduziram a estratégia de empobrecimento seguida por PSD e CDS". A posição elenca "soluções de política inadiáveis", onde se inclui medidas como o descongelamento das pensões, a reposição dos feriados retirados, um combate decidido à precaridade, o fim do regime de requalificação/mobilidade especial, a redução do IVA da restauração para 13%, a reversão dos processos de concessão/privatização das empresas de transportes terrestres ou a não admissão de qualquer novo processo de privatização.

O documento foi assinado pelo PS e o PCP numa cerimónia que decorreu à porta fechada, na Assembleia da República, horas antes de serem votadas as moções de rejeição ao programa do Governo da coligação. Documentos do mesmo género foram assinados pelo PS com o Bloco de Esquerda e Partido Ecologista "Os Verdes".
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