A presidente da Reserva Federal dos EUA (Fed) acredita que a instituição deverá subir a taxa de juro de referência ainda este ano. Perante o Congresso norte-americano, Janet Yellen defendeu que há ainda que registar algumas melhorias no mercado laboral e na inflação. E alertou que as previsões dos responsáveis do banco central, que também apontam para uma subida este ano, estão dependentes da economia.

"Se a economia evoluir da forma que prevemos, as condições económicas provavelmente irão tornar apropriada, algures este ano, uma subida da taxa de juro de referência", afirmou Janet Yellen esta quarta-feira, 15 de Julho, perante o Comité de Serviços Financeiros do Congresso dos EUA. Desta forma, salientou, a Fed estará a "normalizar a orientação da política monetária".

Contudo, a presidente do banco central norte-americano relembrou o mais recente comunicado do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla anglo-saxónica). Nesse documento, os responsáveis da instituição afirmam que subirão dos juros – actualmente entre 0% e 0,25% - quando "registarem uma continuação da melhoria no mercado laboral e estiverem razoavelmente confiantes de que a inflação irá regressar para o objectivo de 2% no médio prazo".

"De facto, a maioria dos participantes [da reunião do FOMC] projectou, em Junho, que uma subida dos juros será provavelmente apropriada antes do final do ano", salientou ainda Janet Yellen. Mas a responsável deixou o alerta: "Deixem-me enfatizar, de novo, que estas são projecções baseadas na evolução antecipada da economia, não em compromissos de intenção de subir os juros em qualquer altura em particular".

A sucessora de Ben Bernanke nas rédeas da política monetária dos EUA disse ainda que a decisão de subir os juros "irá assinalar quanto progresso a economia terá feito durante a cicatrização do trauma da crise financeira". Ainda assim, Janet Yellen defende que o primeiro passo não deve ser "sobrestimado", pois o importante "para a economia é a expectativa em relação a todo o percurso da subida dos juros, não uma decisão em particular". Até porque, concluiu, "a orientação da política monetária deverá manter-se acomodatícia durante bastante tempo, após a primeira subida dos juros".