Apesar de considerar que é preciso registar mais melhorias, a Reserva Federal dos EUA (Fed) considera que os indicadores económicos nos EUA estão a progredir sucessivamente. Por isso, os responsáveis concordaram que era necessário reflecti-lo no comunicado. Contudo, temem que uma disrupção nos mercados europeus, graças a uma falta de acordo entre a Grécia e os credores, tenha repercussões nos EUA.

"A maioria dos participantes julgou que as condições para a normalização da política monetária ainda não foram alcançadas", revelaram as minutas da reunião do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla anglo-saxónica), realizada a 16 e 17 de Junho.  Numa altura em que, a par da Grécia, a possível subida dos juros nos EUA preocupa os investidores, o documento realça ainda que "alguns alertaram para uma decisão prematura".

Sobre o futuro, nota o documento, "o Comité concordou que a debilidade no primeiro trimestre foi, pelo menos em parte, resultado de factores transitórios e os membros anteciparam que o crescimento económico irá regressar no segundo trimestre". Além disso, apesar de expressarem alguma preocupação quanto ao tempo que a retoma irá demorar, "os membros esperam um crescimento económico moderado ao longo do médio prazo".

Os responsáveis que participaram no encontro decidiram esclarecer, nesse sentido, que "viram uma contínua melhoria das condições do mercado laboral" e "a probabilidade de os preços energéticos poderem, em breve, exercer menos influência negativa na inflação". "Quando discutindo a forma de comunicar o racional da decisão do Comité, os membros apontaram a importância de ajustar a linguagem, no comunicado emitido após a reunião, para reconhecer a evolução do progresso em direcção aos objectivos da Fed", revelam ainda as minutas.

Alerta Grécia

Apesar de a evolução da economia norte-americana continuar a ser o tema dominante das reuniões do FOMC, os responsáveis do banco central liderado por Janet Yellen (na foto) alertaram para os desenvolvimentos nos mercados. "Muitos participantes expressaram a preocupação de que, um falhanço nas negociações entre a Grécia e os seus credores oficiais para resolver as suas diferenças, possa resultar em disrupções nos mercados financeiros da Zona Euro", mostra o documento. Algo que, a acontecer, surgirá "com possíveis efeitos de contágio aos EUA".