A Reserva Federal dos Estados Unidos só deverá iniciar o ciclo de subida de juros na primeira metade do próximo ano, depois dos dados económicos confirmarem a consolidação do crescimento económico.

A sugestão é feita aos Estados Unidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório anual sobre a economia norte-americana, ao abrigo do Artigo IV. E contraria a actual perspectiva da instituição liderada por Janet Yellen, que prevê efectuar ainda este ano a primeira subida de juros nos EUA desde que o mínimo histórico foi fixado em 2008 quando o Lehman foi à falência.

"A Fed deveria continuar dependente dos dados económicos e diferir o primeiro aumento das taxas de juro até existirem sinais mais evidentes de aumento dos preços e dos salários face aos que existem actualmente", refere a instituição liderada por Christine Lagarde, assinalando que tal aponta para uma subida de juros na primeira metade de 2016.

O FMI considerou ainda que o dólar está "moderadamente sobrevalorizado", sendo que uma valorização adicional na moeda constituirá uma ameaça ao crescimento da economia.

E o FMI está mais pessimista para a evolução do PIB da maior economia do mundo, não só devido à alta do dólar, mas também à queda do investimento na indústria petrolífera e uma greve nos portos da costa oeste. Estima agora um crescimento de 2,5% em 2015, quanto a previsão anterior apontava para uma expansão de 3,1%.