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BCE comprará 1,45 mil milhões por mês de dívida em Portugal

É um valor superior ao que se esperava. O BCE comprará por mês 60 mil milhões de euros de activos na Zona Euro, cabendo a Portugal 1,45 mil milhões. O programa de compra de títulos, que inclui dívida pública, arranca em Março e estende-se pelo menos até Setembro de 2016.

Bloomberg
22 de Janeiro de 2015 às 15:16
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O Banco Central Europeu comprará até 1,45 mil milhões de euros por mês de dívida portuguesa, incluindo dívida pública e os títulos que já estavam abrangidos pelos dois programas que arrancaram em Outubro ("covered bonds" : obrigações privadas sobre hipotecas e obrigações sobre crédito bancário ao sector público; e ABS - Asset Backed Securities: dívida titularizada com créditos a empresas como activos subjacentes).

 

As compras serão concretizadas pelo Banco de Portugal a partir de Março, mas de acordo com as regras definidas em Frankfurt. Os títulos podem ter maturidades entre 2 e 30 anos e, no caso da dívida pública, o BCE nunca comprará mais de 33% da dívida nacional, nem 25% de cada emissão. 20% do risco destas compras será partilhado pelos bancos centrais do Eurosistema, ficando os restantes 80% no balanço do Banco de Portugal.

 

Mario Draghi anunciou que o BCE estará no terreno pelo menos até Setembro de 2016, podendo estender-se- para lá disso se a inflação na Zona Euro ainda não tiver recuperado uma tendência compatível com a meta de 2%. Ao todo está em causa a compra de 60 mil milhões de euros em títulos por mês em toda a Zona Euro, o que prefaz, entre Março de 2015 e Setembro de 2016, um total de 1 bilião de euros (dos quais 26 mil milhões chegarão a Portugal). Se a inflação não tiver recuperado na altura, as compras continuam. No caso norte-americano foram necessários vários programas.

 

Com esta compra o banco central espera aliviar os operadores financeiros da Zona Euro (bancos e não só) de dívida pública que têm em carteira, trocando-a por dinheiro que espera que gastem aplicando em novos financiamentos: seja na compra de outros activos, seja no crédito à economia. O BCE espera ainda que aumentar o dinheiro em circulação gere aumentos de preços. E que a taxa de câmbio do euro baixe, ajudando os exportadores da Zona Euro. É também esperada uma redução das taxas de juro que, no entanto, já estão em mínimo históricos. Além disso, e talvez ainda mais importante para muitos economistas, o BCE pretende fortalecer a sua credibilidade quanto à meta de garantir uma inflação de 2% no médio prazo.

 

Há vários riscos sobre o sucesso desta operação. O maior, segundo vários especialistas, e aliás já aludido no passado pelo próprio presidente do BCE, é que este tipo de instrumento da política monetária precisa de ser apoiado por políticas que estimulem a procura agregada nas economias, nomeadamente através da política orçamental. Outros críticos do programa defendem que os impactos serão pequenos porque as taxas de juro e de câmbio já estão baixas.

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