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BCE mantém taxas de juro inalteradas na primeira reunião de 2015
As taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) vão continuar inalteradas, pelo menos, por mais seis semanas. Os mercados vão estar agora atentos à conferência de imprensa de Mario Draghi às 13h30, onde vão ser anunciadas novas medidas de política monetária.
Na primeira reunião do banco central em 2015 não houve novidades em relação às taxas de juro. Esta decisão era unânime entre os analistas: todos os analistas consultados pela Bloomberg previam a sua manutenção.
Mais novidades a este respeito, só daqui a seis semanas. Os mercados vão estar agora de olhos postos na conferência de imprensa de Mario Draghi em Frankfurt às 13h30.
Na conferência de imprensa habitual, "mais medidas de política monetária vão ser comunicadas pelo presidente do BCE", anunciou o banco central esta quinta-feira, 22 de Janeiro.
A taxa de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE) mantém-se em mínimos históricos (0,05%). Os bancos europeus continuam assim a financiar-se no BCE a um nível muito baixo.
Quando foi aprovada a redução para 0,05% em Setembro, o objectivo do BCE foi libertar mais dinheiro para a economia para aumentar a taxa de inflação e estimular a economia real.
As outras taxas do banco central também se mantêm em mínimos históricos. A taxa de juro de depósitos permanece num nível negativo (-0,20%). Isto faz com que os bancos tenham que pagar para deixar dinheiro depositado nos cofres em Frankfurt. A redução desta taxa teve precisamente o objectivo de evitar que os bancos parqueiem o dinheiro em Frankfurt.
Também a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez continua nos 0,30%. Este é o juro que o BCE cobra ao efectuar empréstimos diários aos bancos.
Compra de dívida pública?
Mario Draghi poderá anunciar hoje o programa de compra de dívida pública, também conhecido por "quantitative easing". Esta é a opinião de 93% dos analistas consultados pela Bloomberg.
Mario Draghi e os seis membros do Conselho Executivo propuseram aos 19 governadores dos bancos centrais da Zona Euro, um programa de compra de 1,1 biliões de euros.
O banco central iria assim comprar 50 mil milhões de euros em obrigações soberanas até Dezembro de 2016. A notícia foi avançada pela Bloomberg esta semana, ao citar dois membros do banco central.
Mas segundo os analistas consultados pela Bloomberg, o programa deverá ter um valor mais baixo: 550 mil milhões de euros.
Este programa poderá vir a comprar dívida pública dos países da Zona Euro que os bancos da região detêm nos seus cofres. Desta forma, o BCE injecta dinheiro nestes bancos, com ficam com mais dinheiro para libertá-lo para a economia real.
Seis anos depois do Banco de Inglaterra e da Reserva Federal norte-americana, o BCE poderá assim vir a avançar para o "quantitative easing". O objectivo do programa é combater a baixa inflação da Zona Euro que actualmente está num nível negativo (-0,2%), a primeira vez que tal acontece em cinco anos.
A reunião do BCE de hoje deverá ser uma reunião tensa. O programa de compra de dívida pública deverá contar, pelo menos, com dois votos contra. O do presidente do banco central alemão, Jens Weidmann, e de Sabine Lautenschlaeger, o membro alemão do Conselho Executivo do BCE.
Também a chanceler alemã veio a público esta semana lançar um último apelo antes da reunião. "Deve ser evitado que qualquer acção tomada pelo BCE possa deixar a impressão que o que é necessário ainda fazer no campo orçamental e da competitividade possa ficar para trás", disse na segunda-feira.
O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, têm expressado publicamente a sua oposição a este programa. Ainda recentemente, Jens Weidmann veio defender que "há todo um conjunto de razões económicas" contra um programa alargado de "quantitative easing". Anteriormente, já tinha defendido que a política monetária do BCE "é demasiado expansionista para a Alemanha".
Por seu turno, Mario Draghi tem vindo a público sugerir que pode estar na hora do BCE dar o próximo passo em termos de política monetária.
O banqueiro garantiu recentemente que a autoridade monetária está em condições de "alterar a dimensão, a velocidade e a composição das nossas medidas já no início de 2015 para reagir a um longo período de baixa inflação na região".