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Rebelião no partido de Merkel? Deputados ameaçam processar BCE

Angela Merkel insiste que o BCE é independente, mas há deputados alemães que consideram que a instituição presidida por Mario Draghi pisou no risco, ao admitir a compra de dívida pública.

Bloomberg
22 de Janeiro de 2015 às 15:27
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Angela Merkel repetiu esta tarde que o Banco Central Europeu (BCE) "é uma instituição independente" e que a decisão anunciada por Mario Draghi de alargar o programa de compra de activos do banco central a títulos de dívida - privados e públicos - deve ser lida nesse contexto. Falando em Davos, a chanceler alemã repetiu, por seu turno, que o programa de compras do BCE, destinado a aumentar a oferta de liquidez na expectativa de impulsionar a actividade económica e a inflação, que não deve reduzir o sentido de urgência de reformas estruturais, frequentemente impopulares, que devem ser feitas pelos Governos para aumentar o potencial de crescimento das economias europeias.

 

Diferentemente pensam, porém, alguns deputados alemães cristão-democratas. Na sequência do anúncio do BCE de que comprará títulos até ao montante de 60 mil milhões de euros por mês, a partir de Março próximo e até, pelo menos, Setembro de 2016, Hans Michelbach, membro destacado da CSU - o partido bávaro "irmão" da CDU de Merkel -  afirmou à Bloomberg que o BCE está assumir demasiados riscos, pelo que deixou de ser um "bastião de estabilidade".

 

Mais longe foi Peter Gauweiler, deputado da CDU, que diz estar a preparado para desafiar nos tribunais a decisão do BCE. "A Alemanha não pode ser forçada a aceitar a responsabilidade de compras de dívida pública de outros Estados sem a autorização expressa do Bundestag", argumenta. "O senhor Draghi até pode ir para a política em Itália ou ser eleito para o Parlamento Europeu, mas neste momento ninguém o elegeu para tomar decisões de política económica em nome dos povos da Europa", disse em entrevista à revista Focus, citada pela Bloomberg. Este deputado já antes havia afirmado que desafiaria decisões do BCE caso este se propusesse comprar activos com "rating" abaixo da notação de "investimento de qualidade", alegando que o BCE parece ter "perdido o juízo" e arrisca converter-se num "banco tóxico".

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