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Odebrecht de novo na mira da Lava-Jato no Brasil

A investigação brasileira desencadeou a 26.ª fase, visando o cumprimento de 110 mandados em nove estados do país associados à construtora. A nova etapa surge um dia depois de um ex-director da Petrobras ter sido detido em Lisboa.

Bloomberg
22 de Março de 2016 às 12:30
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A operação de investigação à corrupção e lavagem de dinheiro Lava-Jato, no Brasil, entrou esta terça-feira, 22 de Março, na sua 26.ª fase, com a etapa denominada "Xepa" a visar uma vez mais a construtora Odebrecht e cargos dirigentes da empresa.


Esta fase, que deriva da etapa "Acarajé" – na qual tinha sido detido João Santana, o responsável pelas campanhas presidenciais de Lula da Silva e da actual Presidente Dilma Rousseff -, desenrola-se em nove estados, dando cumprimento a 67 buscas, 28 pedidos de condução coerciva, 11 detenções temporárias e quatro prisões preventivas, num total de 110 mandados.


São Paulo e Brasília estão entre as zonas visadas por esta etapa, que foi desencadeada depois de análises anteriores em que foi detectado um esquema de contabilidade paralela na construtora para pagamentos a vários cargos públicos, incluindo na petrolífera estatal Petrobras.


Um dos alvos das buscas é o hotel Royal Tulip, em Brasília, onde de acordo com o jornal "Folha de São Paulo", o ex-Presidente Lula da Silva (que no início do mês foi levado pelas autoridades a depor no âmbito das investigações) se hospedou até à madrugada desta terça-feira. O periódico diz no entanto que não há informação sobre se Lula está entre os alvos da etapa "Xepa".


Segundo a Procuradoria brasileira, citada pelo "Estado de São Paulo", a Odebrecht tinha um sistema informático específico para alojar os pagamentos ilícitos e permitir "a comunicação reservada entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas", que utilizavam nomes de código.

O esquema seria do conhecimento do ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht (já detido) tendo sido encontradas na sua posse folhas de cálculo que sugerem que o próprio ordenava directamente os pagamentos a João Santana e à sua mulher, Mónica Moura.


A Polícia Federal admite, de acordo com o "Folha de São Paulo", que a construtora tenha recorrido a "operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio" para disponibilizar as verbas envolvidas nos pagamentos.

"Xepa" é definido pelo dicionário Priberam da língua portuguesa como "resto de mercadoria exposta numa feira, geralmente mais barata e de baixa qualidade". É também o nome da personagem principal de uma telenovela brasileira dos anos 70, "Dona Xepa".


A 26.ª etapa decorre um dia depois da fase "Polimento", que foi desencadeada esta segunda-feira em Lisboa e levou à detenção de Raul Schmidt Felippe Junior, que estava fugido à justiça desde Julho do ano passado. Sócio de um antigo director da Petrobras, Raul Junior terá pago luvas aos ex-directores da Petrobras, Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, refere a justiça brasileira.


A detenção foi feita pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária e a justiça brasileira pediu entretanto a extradição do ex-director da companhia petrolífera Petrobras.

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