A construtora de origem brasileira Odebrecht está vendedora de activos no valor de 12 mil milhões de reais (2,91 mil milhões de euros). A operação, que é noticiada pelo jornal Folha de São Paulo esta sexta-feira, 1 de Abril, surge numa altura em que a empresa regista dívidas de 21,8 mil milhões de euros e vê o seu nome associado ao escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro Lava Jato.

"Com o aperto monetário, a contracção de crédito e a Lava Jato, iniciámos um programa de alienação de activos. (…) Achamos que esse valor [2,91 mil milhões de euros] nos dará tranquilidade para atravessar o furacão", disse Newton de Souza àquele jornal. O novo presidente do grupo Odebrecht sucedeu em Junho a Marcelo Odebrecht, condenado entretanto a mais de 19 anos de prisão no âmbito daquela operação.

Entre os investimentos à venda estão uma participação em bloco de petróleo em Angola e uma central hidroeléctrica e uma estrada no Peru, que permitirão reforçar os cofres da empresa que nos últimos meses já demitiu 70 mil trabalhadores na sequência da crise económica, para os actuais 120 mil.

Newton de Souza não quis falar sobre a colaboração que terá sido acertada entre a empresa e a justiça com a investigação da Lava Jato nem adiantar nada em concreto sobre o caso ou em relação à situação política no Brasil.

De acordo com Newton, as vendas da empresa – a apresentar em Abril – devem ter ficado na casa dos 132 mil milhões de reais (32,5 mil milhões de euros), que comparam com 26,37 mil milhões de euros em 2014, muito inflacionadas pelo efeito cambial reconhece o presidente.