Notícia
Odebrecht aceita ser delator nas investigações do Lava Jato
A empresa de construção decidiu assumir um papel de "colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato". Imprensa brasileira fala em "delação premiada". Mas autoridades negam acordo.
23 de Março de 2016 às 10:21
A construtora brasileira divulgou na madrugada desta quarta-feira, em Portugal, um comunicado em que assume que irá colaborar com a justiça brasileira no âmbito da Operação Lava Jato, no seguimento da qual o seu presidente Marcelo Odebrecht (na foto) está preso.
"As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos accionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato", explica a construtora, acrescentando que "a empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias nas suas práticas, vem mantendo contacto com as autoridades com o objectivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adoptada em Dezembro junto à Controladoria Geral da União".
Segundo a imprensa brasileira, estará em causa um acordo de "delação premiada", que implica que Marcelo Odebrecht e outros responsáveis da empresa aceitem fazer revelações sobre o caso em que estarão envolvidos a troco de uma redução das penas.
No entanto, segundo fonte oficial do Ministério Público Federal brasileiro citada pelo Globo, já depois da publicação do comunicado, este organismo ainda "não fez acordo com a Odebrecht [nem com] os seus executivos", acrescentando que "qualquer acordo, neste momento, será restrito às pessoas que vierem antes e cuja colaboração se revelar mais importante para o interesse público". Uma posição das autoridades ecoada noutros jornais brasileiros, que sublinham que o comunicado da construtora acontece depois de uma nova vaga de investigações ter comprometido adicionalmente o papel dos seus responsáveis nos casos de pagamentos ilegais a políticos.
Em causa está a Operação Xepa, uma nova investigação do mega-processo Lava Jato, que assenta no papel da ex-secretária da Odebrecht, Maria Lúcia Tavares, presa em Fevereiro na Operação Acarajé (que incidiu sobre o director de campanha de Lula da Silva e Dilma Rousseff). Maria Lúcia revelou que existiu um departamento organizado na empresa para fazer pagamentos regulares de "luvas" a responsáveis políticos.
A pesar na decisão da Odebrecht de colaborar com a justiça brasileira estará ainda, segundo a imprensa brasileira, a prisão do seu presidente, acusado de lavagem de dinheiro, corrupção activa e associação criminosa. Marcelo Odebrecht foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão.
No comunicado divulgado esta madrugada, a Odebrecht sublinha que "apesar de todas as dificuldades e da consciência de não termos responsabilidade dominante sobre os factos apurados na Operação Lava Jato – que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país - seguimos acreditando no Brasil".
A Odebrecht está presente em Portugal, tendo vindo a perder força nos últimos anos na sequência da crise no sector da construção. De um volume de negócios de quase 145 milhões de euros em 2011, a Odebrecht Portugal não foi além dos 48,6 milhões em 2014.
"As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos accionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato", explica a construtora, acrescentando que "a empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias nas suas práticas, vem mantendo contacto com as autoridades com o objectivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adoptada em Dezembro junto à Controladoria Geral da União".
No entanto, segundo fonte oficial do Ministério Público Federal brasileiro citada pelo Globo, já depois da publicação do comunicado, este organismo ainda "não fez acordo com a Odebrecht [nem com] os seus executivos", acrescentando que "qualquer acordo, neste momento, será restrito às pessoas que vierem antes e cuja colaboração se revelar mais importante para o interesse público". Uma posição das autoridades ecoada noutros jornais brasileiros, que sublinham que o comunicado da construtora acontece depois de uma nova vaga de investigações ter comprometido adicionalmente o papel dos seus responsáveis nos casos de pagamentos ilegais a políticos.
Em causa está a Operação Xepa, uma nova investigação do mega-processo Lava Jato, que assenta no papel da ex-secretária da Odebrecht, Maria Lúcia Tavares, presa em Fevereiro na Operação Acarajé (que incidiu sobre o director de campanha de Lula da Silva e Dilma Rousseff). Maria Lúcia revelou que existiu um departamento organizado na empresa para fazer pagamentos regulares de "luvas" a responsáveis políticos.
A pesar na decisão da Odebrecht de colaborar com a justiça brasileira estará ainda, segundo a imprensa brasileira, a prisão do seu presidente, acusado de lavagem de dinheiro, corrupção activa e associação criminosa. Marcelo Odebrecht foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão.
No comunicado divulgado esta madrugada, a Odebrecht sublinha que "apesar de todas as dificuldades e da consciência de não termos responsabilidade dominante sobre os factos apurados na Operação Lava Jato – que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país - seguimos acreditando no Brasil".
A Odebrecht está presente em Portugal, tendo vindo a perder força nos últimos anos na sequência da crise no sector da construção. De um volume de negócios de quase 145 milhões de euros em 2011, a Odebrecht Portugal não foi além dos 48,6 milhões em 2014.