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Sobrinho de Lula e Odebrecht alvos de nova operação no Brasil
A Polícia Federal brasileira realizou esta sexta-feira um conjunto de diligências no âmbito da Operação Janus, estando entre os alvos da investigação um sobrinho de Lula da Silva e a empresa Odebrecht.
Esta sexta-feira, 20 de Maio, a Polícia Federal brasileira e o Ministério Público Federal deram andamento à Operação Janus, que tem, entre outros, como alvos da investigação a empresa de construção Odebrecht e Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente brasileiro, Lula da Silva, dado ser filho do irmão da primeira mulher do antigo líder do PT.
Esta manhã foram cumpridos quatro mandatos de busca e apreensão e ainda dois de condução coerciva nas cidades brasileiras de Santos e São Paulo. Entre os detidos está também José Manuel Camano, sócio do sobrinho de Lula.
De acordo com a imprensa brasileira, a investigação tem por objectivo avaliar o alegado tráfico de influência de Lula da Silva em benefício da Odebrecht, tentando esclarecer quais os motivos que levaram a Odebrecht a celebrar contratos, entre 2012 e 2015, com uma pequena empresa de construção sediada em Santos e com a intenção de realizar obras em Angola, como é exemplo a reestruturação do complexo hidroeléctrico de Cambambe.
No fundo, a Operação Janus pretende aferir se os referidos contratos assinados com a empresa que pertence a Rodrigues dos Santos serviram para pagar vantagens indevidas. A referida obra beneficiou de um financiamento de 464 milhões de dólares por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES).
A revista Época refere ainda que esta operação estará relacionada com o conjunto de investigações de que Lula da Silva é alvo, nomeadamente por suspeitas de ter recorrido à sua capacidade de influência para facilitar os negócios da Odebrecht junto de governos estrangeiros. O nome de Lula tem sido também suscitado no âmbito da investigação anti-corrupção Lava Jato, por suspeitas relacionadas com o recebimento de verbas através de doações, palestras e de obras num dos seus apartamentos, tendo o ex-presidente já sido acusado pela Procuradoria de São Paulo de alegada ocultação de património e lavagem de dinheiro.