Notícia
Justiça brasileira recupera 47,7 milhões de euros desviados da Petrobras
A Justiça brasileira informou esta sexta-feira que recuperou 47,7 milhões de euros que tinham sido desviados nos esquemas de corrupção da Petrobras.
Segundo dados publicados no site da Procuradoria-Geral da República (PGR), este dinheiro foi obtido ilegalmente por Julio Faerman, a partir de crimes em contratos de empresas do grupo da SBM Offshore com a petrolífera estatal.
Faerman era o principal agente de vendas da SBM, uma companhia holandesa, e fechou um acordo de colaboração premiada (denúncia) com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, no qual se comprometeu a devolver o dinheiro.
Em Dezembro de 2015, o Ministério Público brasileiro denunciou 12 pessoas envolvidas em crimes nos contratos entre a Petrobras e a SBM Offshore, entre elas Faerman, que é um processado por corrupção activa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa.
Os contratos envolviam na maioria das vezes os navios-plataforma, conhecidos como FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência).
O esquema de corrupção na petrolífera estatal brasileira é investigado no âmbito da Operação Lava Jato, que tem uma equipa formada por procuradores, promotores, policiais e juízes, que já prendeu e condenou dezenas de empresários e ex-funcionários da Petrobras.
Políticos brasileiros com o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, também estão a ser investigados nesta operação.
Este escândalo de corrupção sem precedentes tem lugar numa altura em que o Brasil enfrenta uma grave recessão e está a braços com o processo de destituição da Presidente Dilma Rousseff. Aliás, a tentativa de Dilma indigitar Lula como ministro da Casa Civil para lhe garantir "foro privilegiado", escudando-o das acções do juiz Sérgio Moro, então responsável pelo caso Lava Jato, foi visto por alguns como uma tentativa desesperada que prejudicou ainda mais a imagem da dirigente brasileira.