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Odebrecht terá financiado cerca de 200 políticos brasileiros

As listas com vários políticos brasileiros, alguns identificados com nomes de código, foram apreendidas durante a operação Lava Jato. Sem confirmar se respeitam a pagamentos irregulares, a justiça voltou a colocar os elementos sob sigilo.

Bloomberg
23 de Março de 2016 às 18:36
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A justiça brasileira deu a conhecer esta quarta-feira várias dezenas de páginas com tabelas, folhas de cálculo e notas manuscritas segundo as quais a construtora Odebrecht destinaria valores em dinheiro a políticos brasileiros.


Os elementos, divulgados pelo jornal Estado de São Paulo, identificam os alegados receptores dos pagamentos e foram apreendidos numa casa ligada a um executivo da construtora, Benedicto Barbosa Júnior, no Rio de Janeiro, durante a 23.ª operação Lava Jato, que investiga casos de corrupção e branqueamento de capitais. Contudo, como as autoridades não conseguiram distinguir no imediato se se trata de doações legais ou de práticas irregulares, voltaram a colocar os documentos sob sigilo.


Em causa estarão valores supostamente entregues a dirigentes e candidatos associados à da generalidade dos partidos políticos brasileiros. No total, segundo as contas da imprensa brasileira, estão em causa cerca de 200 políticos de 18 partidos, visando o período entre 2012 e 2014.


Nas folhas constam nomes de membros do Governo, senadores e deputados, o que levou o juiz a pedir à Procuradoria que pondere remeter os elementos para o Supremo Tribunal Federal, entidade com competência para decidir sobre a investigação a estes altos cargos. Há ainda prefeitos e candidatos a autarcas na lista, alguns dos quais com nomes em código associados.


A divulgação dos documentos surgiu no mesmo dia em que a cúpula da construtora anunciou que vai colaborar de forma "definitiva" com as investigações em curso. Esta terça-feira a 26.ª etapa da operação Lava Jato, denominada Xepa, teve como alvo exclusivo a Odebrecht, onde as autoridades dizem ter existido um sistema informático que garantia a contabilidade paralela utilizada para pagamento de luvas para obtenção de benefícios.


O esquema teria funcionado até Novembro passado e seria, sustenta a investigação, do conhecimento do ex-Presidente Marcelo Odebrecht, condenado recentemente a 19 anos de prisão no âmbito da Lava Jato. As autoridades não relacionaram contudo, oficialmente, estes documentos encontrados com o esquema que disseram existir. E o juiz responsável pela operação Lava Jato, Sergio Moro, decretou depois sigilo judicial sobre os elementos – que entretanto vazaram para a imprensa, nomeadamente para o Estado de São Paulo, que os reproduziu no seu site.

A construtora brasileira divulgou na madrugada desta quarta-feira um comunicado em que assume que irá colaborar com a justiça brasileira no âmbito da Operação Lava Jato.

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