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Petrobras teve o maior prejuízo da sua história

Em 2015, a empresa registou imparidades que a levou ao maior prejuízo alguma vez registado. Foram mais 9 mil milhões de euros de perdas num ano.

Bloomberg
22 de Março de 2016 às 07:26
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A Petrobras, envolvida no maior escândalo de corrupção no Brasil, teve prejuízos em 2015 de 34,8 mil milhões de reais (9,4 mil milhões de euros), o maior que alguma vez registou. No ano anterior as perdas tinham sido de 21,5 mil milhões de reais (cerca de cinco mil milhões de euros).


Este valor, ainda assim, ficou abaixo do prejuízo da Vale do Rio Doce que em 2015 teve a maior perda alguma vez apurada por uma cotada brasileira: 44,2 mil milhões de reais (mais de 10 mil milhões de euros).


Só no quarto trimestre o prejuízo foi de 36,938 mil milhões de reais (nove mil milhões de euros), o que apanhou, segundo a G1, os analistas de surpresa.


A empresa explicou, segunda-feira, 21 de Março, os resultados pelas imparidades de activos e investimento "principalmente em função do declínio dos preços do petróleo e incremente da taxa de desconto" e pela perda cambial e despesas de juros.

Operacionalmente, o ano foi também negativo. O prejuízo operacional atingiu os 12,4 mil milhões de reais (3 mil milhões de euros), menos 42% que em 2014. Em comunicado, a petrolífera brasileira explica que o EBITDA ajustado foi de 73,9 mil milhões de reais (18,1 mil milhões de euros), mais 25% que em 2014, devido à subida dos preços no gasóleo e gasolina. Ainda assim, a empresa diz que está com uma margem EBITDA superior aos seus pares. Em 2015, foi de 23%.

Os investimentos da Petrobras no ano passado totalizaram 76,3 mil milhões de reais (18,7 mil milhões de euros), menos 12% que no ano anterior.

Ainda assim, a Petrobras garante ter aumentado a produção de petróleo e gás natural em 4%, atingindo uma média de 2,787 milhões de barris de petróleo equivalente por dia (boed). Só no Brasil foram produzidos 2,128 milhões de barris por dia. A Petrobras diz mesmo que pela primeira vez em 13 anos superou a meta de produção. O pré-sal já representa um quarto da sua produção. "A área de Lula tornou-se o maior campo de petróleo do país", complementa a empresa.

A petrolífera apanhada num dos maiores escândalos de corrupção do Brasil garante estar a renegociar os contratos com fornecedores, tendo iniciado a primeira fase em Julho de 2015, conseguindo, com isso, já uma redução de 13% nos custos. Foram na primeira fase envolvidos 70 fornecedores, 704 contratos envolvidos fornecimentos de poços, logística e sistemas submarinos. A segunda fase arrancou em Fevereiro deste ano e prevê a renegociação com 320 fornecedores, envolvendo735 contratos. A empresa quer terminar esta fase em Junho.

A dívida líquida da Petrobras situou-se no final do ano em 100,4 mil milhões de dólares (cerca de 89 mil milhões de euros), o que faz da empresa uma das mais endividadas das cotadas em São Paulo, segundo a G1.

A empresa tinha no terceiro trimestre de 2014 apurado um gasto superior a 6 mil milhões de reais (1,5 mil milhões de euros) por causa do Lava Jato. Com referência a 2015, a empresa explica que já recebeu ressarcimento de danos de 230 reais (56 euros) "referentes a parte do montante repatriado de Pedro José Barusco Filho (ex-gerente executivo de Serviços) através do acordo de colaboração premiada por ele celebrado", dizendo não poder nesta fase "estimar de forma confiável qualquer valor recuperável adicional". 

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