Notícia
Suspeito do Lava Jato preso em Portugal (act.)
Raul Schmidt, sócio de um antigo director da Petrobrás, foi detido num apartamento de luxo no centro de Lisboa, confirmou a Polícia Judiciária.
Um suspeito da operação Lavo Jato, sócio de um antigo director da Petrobrás, foi detido em Lisboa na madrugada desta segunda-feira, 21 de Março, segundo noticia a Folha de São Paulo. É a primeira detenção no estrangeiro no âmbito deste mega processo de corrupção no Brasil.
De acordo com o jornal brasileiro, a detenção de Raul Schmidt Felippe Junior, que tem dupla nacionalidade, foi feita pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público, em cumprimento do mandato emitido e expedido pelas autoridades brasileiras.
Suspeito de pagamento de luvas aos ex-directores da Petrobras, Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, o homem agora detido em Lisboa tinha fugido do Brasil no início da investigação da Operação Lava Jato, que está a ser conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro.
Uma fonte da PJ já confirmou à Lusa a detenção de Raul Schmidt, que estava escondido em Portugal. O homem, que tinha uma galeria de arte em Londres e estava desaparecido desde Julho de 2015, foi detido num apartamento de luxo no centro de Lisboa, avaliado em três milhões de euros.
Extradição e três cartas rogatórias
O gabinete da Procuradora-Geral da República informou também que, "em execução de um pedido de cooperação judiciária internacional", realizou esta manhã buscas e efectuou a detenção desde cidadão luso-brasileiro, "tendo as autoridades brasileiras manifestado a intenção de desencadear um processo de extradição".
"Estas diligências, nas quais o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária, foram acompanhadas por uma equipa do Ministério Público brasileiro, autorizada para o efeito ao abrigo dos instrumentos legais de cooperação", detalhou o gabinete de Joana Marques Vidal.
Na mesma nota à imprensa divulgada às 11:03, a Procuradoria-Geral da República sublinha também que "já recebeu, das autoridades brasileiras, três cartas rogatórias relacionadas com esta matéria". Uma dessas cartas, que são um instrumento jurídico de cooperação entre dois países, já foi devolvida; as restantes encontram-se em execução.
Brasil quer extradição decidida em 48 horas
A decisão sobre a data da extradição vai ser decidida pelo juiz do processo em Portugal, porque foram as autoridades portuguesas que fizeram a detenção, sublinha a agência.
(Notícia actualizada às 15:15 com informação sobre a extradição)