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José Veiga e Paulo Santana Lopes detidos por suspeitas de corrupção

A operação "Rota do Atlântico" durava há mais de um ano. Em causa suspeitas de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influências, participação económica em negócio e fraude fiscal.

03 de Fevereiro de 2016 às 13:10
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O empresário José Veiga, com ligações ao mundo do futebol, e Paulo Santana Lopes (irmão do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes), além de uma advogada, foram detidos esta quarta-feira de manhã pela Polícia Judiciária por suspeitas de participação em crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influências, participação económica em negócio e fraude fiscal.

A notícia foi avançada pela RTP pouco antes de ser confirmada pela Polícia Judiciária em comunicado, que refere que os suspeitos - não identificados pela força policial - têm idades compreendidas entre os 53 e os 57 anos. De acordo com o Correio da Manhã os indícios recolhidos pelas autoridades apontam para a passagem de "dezenas de milhões de euros com origem no Congo" pelas contas dos agora detidos.

O comunicado da PJ refere que a operação denominada "Rota do Atlântico" foi levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal do Ministério Público.

Segundo o mesmo documento, os detidos estavam envolvidos na celebração de contratos de fornecimentos de bens e serviços no âmbito de obras públicas, construção civil e venda de produtos petrolíferos, entre diversas entidades privadas e estatais.


Os rendimentos desta actividade eram canalizados para comprar "imóveis, veículos de gama alta, sociedades não residentes e outros negócios", com recurso a "pessoas com conhecimentos especiais e colocadas em lugares privilegiados", sendo a origem do dinheiro ocultada e integrado na actividade económica lícita.

As autoridades apreenderam vários imóveis, veículos automóveis de gama alta e saldos bancários. "Os detidos vão ser sujeitos a primeiro interrogatório judicial, para eventual aplicação das medidas de coacção tidas por adequadas", refere a nota.

Em causa está um investigação que arrancou há mais de um ano, no final de 2014, motivando operações nas zonas de Lisboa, Braga e Fátima. No total, foram feitas 35 buscas, em que participaram 120 elementos da Polícia Judiciária e 10 magistrados.

Um comunicado posteriormente emitido pela Procuradoria Geral da República especifica que entre os alvos das buscas estiveram "domicílios e sedes de empresas mas também a uma instituição bancária e três escritórios de advogados" e que "a investigação tem dimensão internacional, apresentado ligações com os continentes europeu, africano e americano".

(notícia actualizada às 14:02 com referência ao comunicado da PGR)

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