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José Veiga aguarda julgamento em prisão preventiva

As suspeitas de crime no comércio internacional, na investigação Rota do Atlântico, levaram à constituição de quatro arguidos, um deles não identificado. José Veiga fica em prisão preventiva, Paulo Santana Lopes em domiciliária.

08 de Fevereiro de 2016 às 20:25
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José Veiga vai aguardar julgamento em prisão preventiva. O comprador do Banco Internacional do Cabo Verde (processo que corre o risco de ser anulado) é um dos quatro indivíduos constituídos arguidos na investigação Rota do Atlântico, que averigua crimes no comércio internacional, confirmou esta segunda-feira a Procuradoria-Geral da República.

 

Ao antigo empresário de jogadores de futebol, o juiz optou por aplicar a medida de coacção mais gravosa, dado ser a que mais limita a liberdade. Paulo Santana Lopes, que também foi detido na semana passada nesta investigação, fica em prisão domiciliária, uma medida que poderá ser reduzida caso seja paga uma caução.

 

"A obrigação de permanência na habitação pode ser substituída pela prestação de caução no valor de 1 milhão de euros", indica o comunicado. Caso consiga prestar tal caução, ter-se-á de apresentar na polícia criminal mais perto da sua residência três vezes por semana, ficando também proibido de se ausentar para o estrangeiro. Com ou sem o pagamento de 1 milhão de euros, Paulo Santana Lopes está proibido de contactar os restantes arguidos, suspeitos e testemunhadas identificados no despacho que fixa as medidas de coacção" mas que não são revelados.

 

Quem está também proibida de contactar estas mesmas pessoas é a advogada também detida na semana passada. Maria de Jesus Barbosa fica com o termo de identidade e residência além de também não poder ir para o estrangeiro.

Quarto arguido não identificado

 

A Procuradoria-Geral da República revela ainda que há um quarto arguido, não identificado, que ficou sujeito a termo de identidade e residência. Ao todo, são quatro as pessoas singulares arguidas e cinco colectivas.

 

"Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento, fraude fiscal e tráfico de influência", indica o comunicado da investigação dirigida pelo Ministério Público, que conta com a colaboração da Polícia Judiciária. Sendo um crime de alta complexidade, o inquérito encontra-se no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

 

Neste comunicado, ao contrário do que aconteceu a 3 de Fevereiro, não são referidas as suspeitas de prática de "participação económica em negócio na compra e venda de acções de uma instituição financeira estrangeira, acções, essas, detidas por instituição de crédito nacional". A 3 de Fevereiro, foram noticiadas as primeiras buscas e detenções nesta investigação com "dimensão internacional, apresentado ligações com os continentes europeu, africano e americano".

 

A operação de compra de instituição financeira estrangeira nas mãos de um banco português com que José Veiga esteve relacionado foi a de venda do Banco Internacional de Cabo Verde por parte do Novo Banco. O antigo empresário de futebol liderou o processo, ganhando a corrida com 14 milhões de euros.

 

O Expresso noticiou que há funcionários do banco de Cabo Verde visados pelas suspeitas do Ministério Público, sendo que o Correio da Manhã avança que há mesmo colaboradores do Fundo de Resolução, accionista único do Novo Banco, que também estão sob o olhar da justiça. Em comunicado, o Fundo de Resolução recusa qualquer papel na alienação da unidade. 

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