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O declínio de José Veiga visto pelo Le Monde

José Veiga chegou a França e o seu percurso é analisado pelo diário francês Le Monde. O jornal faz um perfil intitulado "José Veiga, o declínio do ‘Senhor África’ português" a propósito da investigação Rota do Atlântico.

22 de Fevereiro de 2016 às 18:07
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O jornal francês Le Monde publica esta segunda-feira, 22 de Fevereiro, um perfil do empresário português José Veiga, que aguarda julgamento em prisão preventiva no seguimento da operação Rota do Atlântico.

 

"José Veiga, o declínio do ‘Senhor África’ português" é o título do artigo do Le Monde acerca de José Veiga. O jornal analisa o percurso do empresário até ao dia 3 de Fevereiro, altura em que foi preso pela Polícia Judiciária por alegada corrupção, fraude e branqueamento de capitais.

 

"Como é que José Veiga, empresário mais conhecido como agente de futebol, pode ter depositado um adiantamento de 10 milhões de euros na compra de um banco em Cabo Verde estimado em 14 milhões de euros? De onde vem esse dinheiro, quando sabemos que o Sr. Veiga é um dos maiores devedores das autoridades fiscais portuguesas? Como explicar todos os seus bens em solo português?", escreve o Le Monde, citando algumas das dúvidas da Justiça portuguesa.

 

O jornal francês refere ainda que José Veiga, com uma aparência de "golden boy latino", sempre com fatos cinzentos "de bom corte", "camisa imaculada" e "look casual e bronzeado", é filho de imigrantes que se estabeleceram no Luxemburgo e que teve uma juventude difícil dedicada à lavagem de carros.

 

Apaixonado por futebol, "finalmente cruzou o caminho dos líderes desportivos influentes e tornou-se agente de jogadores de futebol de renome internacional". O jornal recorda ainda as transferências mediáticas de José Veiga que levaram Luís Figo e Zidane para o Real Madrid.

 

"Demasiado ganancioso? Incompetente? Veiga foi alienado por quase todo o mundo do futebol", diz o jornal.

 

"José Veiga, que dizem que se comporta como se estivesse acima da lei, foi apanhado pela Justiça", escreve o Le Monde. "O caso causou grande alvoroço na imprensa portuguesa e na opinião pública, tendo levado ao extremo a tradição lusitana (e mediterrânica) da ‘cunha’, habilidades interpessoais simplesmente chamadas de corrupção", conclui o jornal.

 

José Veiga aguarda julgamento em prisão preventiva, sendo um dos quatro indivíduos constituídos arguidos na investigação Rota do Atlântico, que averigua crimes no comércio internacional, confirmou a Procuradoria-Geral da República.

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