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José Veiga passa a estar em prisão domiciliária

Um recurso da defesa junto do Tribunal da Relação valeu a redução da medida de coacção mais gravosa para prisão em casa. José Veiga deverá sair da cadeia entre hoje e amanhã.

Negócios 11 de Maio de 2016 às 15:50
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O antigo empresário de futebol José Veiga, detido no âmbito da operação Rota do Atlântico por indícios de crime no comércio internacional, vai passar da situação de prisão preventiva em que se encontrava desde Fevereiro para prisão domiciliária.

Segundo a revista Sábado, a substituição da medida de coacção ocorre depois de a defesa de José Veiga ter vencido no Tribunal da Relação de Lisboa o recurso interposto à decisão do juiz de instrução Carlos Alexandre, que teve assim de alterar a medida.


De acordo com a RTP, Veiga já abandonou o estabelecimento prisional a caminho de casa. Tal como acontece com o ex-presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, deverá contar com elementos da polícia à porta da habitação.

De acordo com declarações à Lusa do advogado de Veiga, Rogério Alves, o arguido fica obrigado a permanecer na habitação com vigilância policial até que efetue o pagamento de uma caução de 1,2 milhões de euros.

José Veiga foi detido a 3 de Fevereiro juntamente com Paulo Santana Lopes, irmão de Pedro Santana Lopes, e Maria Barbosa por suspeitas de fraude fiscal e corrupção no comércio internacional. Santana Lopes ficou na altura em prisão domiciliária, medida de coacção que pode ser reduzida no caso de pagamento de caução no valor de um milhão de euros.

Segundo o comunicado da Polícia Judiciária divulgado naquele dia, os detidos estavam envolvidos na celebração de contratos de fornecimentos de bens e serviços no âmbito de obras públicas, construção civil e venda de produtos petrolíferos, entre diversas entidades privadas e estatais.

Os rendimentos desta actividade eram canalizados para comprar "imóveis, veículos de gama alta, sociedades não residentes e outros negócios", com recurso a "pessoas com conhecimentos especiais e colocadas em lugares privilegiados", sendo a origem do dinheiro ocultada e integrado na actividade económica lícita.

José Veiga liderou um grupo de empresários luso-africanos que ganhou, em meados de Janeiro - e cerca de 15 dias antes da sua detenção -, a compra do Novo Banco em Cabo Verde, transacção estimada na altura em 14 milhões de euros. 

A aquisição viria a ser chumbada primeiro pelo Banco de Portugal - alegando as investigações judiciais em curso e a protecção da "reputação" do Novo Banco - e depois pelo Banco de Cabo Verde, devido à falta de demonstrações financeiras e a dúvidas sobre a origem do financiamento bem como em relação à idoneidade de Veiga. 

A 17 de Fevereiro, o Novo Banco comunicou que iria relançar a venda do Banco Internacional de Cabo Verde.


(Notícia actualizada às 16:32 com mais informação)

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