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Fogos impactam redes elétricas e deixam 20.000 portugueses sem luz

De acordo com a E-Redes, ainda há várias "ocorrências" por resolver e nove centenas de habitações sem luz. Mas já chegaram a ser 20 mil. 

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18 de Setembro de 2024 às 17:58
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Por causa dos incêndios florestais que há vários dias assolam Portugal, milhares de pessoas ficaram já sem abastecimento de eletricidade nas suas casas, confirmou ao Negócios o operador das redes de distribuição de energia elétrica E-Redes, que pertence ao grupo EDP. A empresa refere que ainda há várias "ocorrências" por resolver e nove centenas de habitações sem luz. Mas já chegaram a ser 20 mil. 


"Ontem de manhã [segunda-feira], tivemos um número máximo de 20.000 clientes afetados, por causa de 10 avarias simultâneas na rede de média tensão, número que tem vindo progressivamente a diminuir. Neste momento, são cerca de 900 os clientes afetados.", contabilizou fonte oficial, garantindo que "apesar do cenário que se vive, a rede de distribuição tem sofrido um impacto controlado e localizado no distrito de Aveiro, Porto, Viseu e Coimbra". Para minimizar o impacto, foram instalados 21 geradores em locais onde estão a ser feitas reparações.

A E-Redes acrescenta ainda que tem estado a acompanhar a situação "de forma muito próxima", tendo "ativado o seu Plano Operacional de Atuação em Crise, com todo o seu dispositivo operacional dedicado ao estado de alerta em vigor, em estreita articulação com a Proteção Civil e demais autoridades".

Além disso, a empresa mobilizou 600 dos seus operacionais que, coordenados através dos dois centros de supervisão e controlo da rede de distribuição (a norte e a sul), "têm estado a promover uma atuação integrada na alta, média e baixa tensão, das ocorrências que foram surgindo e que ainda estamos a resolver".

Esta manhã, o fogo ameaçou uma central elétrica em Vila Pouca de Aguiar, de acordo com o Correio da Manhã, com os bombeiros a proteger a infraestrutura por causa das chamas muito altas, próximas da rede elétrica, e o vento a dificultar as operações.

As próximas horas e dias serão críticos. "Face à complexidade da situação, e à informação que tem sido disponibilizada relativamente ao risco de incêndio até, pelo menos, ao fim do dia de amanhã, manteremos toda a vigilância e foco para minorar todos os impactos associados que possam surgir", frisa a E-Redes. 

Sete pessoas já morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões do norte e centro do país nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, esta quarta-feira ao meio dia estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.

O Governo já declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias. 

Do lado da REN - Redes Energéticas Nacionais, a empresa dá conta que, "apesar de ter registado disparos pontuais nas suas linhas elétricas, seguidos de religação, assegurou a continuidade do serviço prestado sem qualquer interrupção, ao mesmo tempo que manteve a infraestrutura integralmente disponível".

relativamente às redes de transporte de gás natural, não há qualquer registo de incidentes, garante fonte oficial. 

"A REN está em total articulação com as autoridades, e em constante monitorização da rede, por forma a antecipar qualquer risco e agir prontamente caso seja necessário", refere ainda a empresa, sublinhando que há aproximadamente 35 mil hectares de faixas de servidão ao longo das linhas de transporte de eletricidade, dos quais mais de 23 mil hectares estão em áreas florestais, funcionando como redes de defesa da floresta.

(Notícia atualizada com novos dados fornecidos pela E-Redes)

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