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Fogos impactam redes elétricas e deixam 20.000 portugueses sem luz
De acordo com a E-Redes, ainda há várias "ocorrências" por resolver e nove centenas de habitações sem luz. Mas já chegaram a ser 20 mil.
Por causa dos incêndios florestais que há vários dias assolam Portugal, milhares de pessoas ficaram já sem abastecimento de eletricidade nas suas casas, confirmou ao Negócios o operador das redes de distribuição de energia elétrica E-Redes, que pertence ao grupo EDP. A empresa refere que ainda há várias "ocorrências" por resolver e nove centenas de habitações sem luz. Mas já chegaram a ser 20 mil.
"Ontem de manhã [segunda-feira], tivemos um número máximo de 20.000 clientes afetados, por causa de 10 avarias simultâneas na rede de média tensão, número que tem vindo progressivamente a diminuir. Neste momento, são cerca de 900 os clientes afetados.", contabilizou fonte oficial, garantindo que "apesar do cenário que se vive, a rede de distribuição tem sofrido um impacto controlado e localizado no distrito de Aveiro, Porto, Viseu e Coimbra". Para minimizar o impacto, foram instalados 21 geradores em locais onde estão a ser feitas reparações.
A E-Redes acrescenta ainda que tem estado a acompanhar a situação "de forma muito próxima", tendo "ativado o seu Plano Operacional de Atuação em Crise, com todo o seu dispositivo operacional dedicado ao estado de alerta em vigor, em estreita articulação com a Proteção Civil e demais autoridades".
Além disso, a empresa mobilizou 600 dos seus operacionais que, coordenados através dos dois centros de supervisão e controlo da rede de distribuição (a norte e a sul), "têm estado a promover uma atuação integrada na alta, média e baixa tensão, das ocorrências que foram surgindo e que ainda estamos a resolver".
Esta manhã, o fogo ameaçou uma central elétrica em Vila Pouca de Aguiar, de acordo com o Correio da Manhã, com os bombeiros a proteger a infraestrutura por causa das chamas muito altas, próximas da rede elétrica, e o vento a dificultar as operações.
As próximas horas e dias serão críticos. "Face à complexidade da situação, e à informação que tem sido disponibilizada relativamente ao risco de incêndio até, pelo menos, ao fim do dia de amanhã, manteremos toda a vigilância e foco para minorar todos os impactos associados que possam surgir", frisa a E-Redes.
Sete pessoas já morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões do norte e centro do país nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, esta quarta-feira ao meio dia estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.
O Governo já declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
Do lado da REN - Redes Energéticas Nacionais, a empresa dá conta que, "apesar de ter registado disparos pontuais nas suas linhas elétricas, seguidos de religação, assegurou a continuidade do serviço prestado sem qualquer interrupção, ao mesmo tempo que manteve a infraestrutura integralmente disponível".
Já relativamente às redes de transporte de gás natural, não há qualquer registo de incidentes, garante fonte oficial.
(Notícia atualizada com novos dados fornecidos pela E-Redes)